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Suspensão de tarifas alivia o café, mas preços seguem firmes

Mesmo com o fim das tarifas dos EUA, estoques reduzidos e atraso na colheita do Vietnã devem limitar quedas nos preços no curto prazo

Suspensão de tarifas alivia o café, mas preços seguem firmes

Estoques baixos e atraso na colheita limitam a pressão baixista no mercado global de café. Foto: Canva

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Foto do autor Redação RuralNews
03/12/2025 |

A suspensão das tarifas adicionais de 40% sobre o café brasileiro, anunciada em 20 de novembro, trouxe alívio imediato ao setor. De acordo com o Relatório da Hedgepoint Global Markets, apesar da reação inicial, o cenário global continua apertado. Isso ocorre porque os estoques certificados seguem muito baixos e importantes origens produtoras enfrentam desafios climáticos, o que mantém suporte aos preços no curto prazo.

Inicialmente, a retirada das tarifas pelos Estados Unidos pressionou as cotações do arábica para o menor nível em dois meses. Contudo, os preços se recuperaram nos dias seguintes, sobretudo devido à escassez de oferta. Além disso, muitos produtores brasileiros continuam resistentes a vender grandes volumes da safra 25/26, o que reforça a limitação da disponibilidade para exportação.

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Estoques seguem em níveis historicamente baixos

Os estoques certificados de arábica permaneceram em patamares muito reduzidos, encerrando a última semana em 406,9 mil sacas, uma queda superior a 54% no acumulado do ano. Já os estoques de robusta também diminuíram e ficaram em 755 mil sacas. Paralelamente, o Vietnã, principal fornecedor global de robusta, enfrenta atraso na colheita em razão das chuvas intensas relacionadas ao La Niña.

Nos países importadores, a situação não é diferente. Os estoques da União Europeia recuaram para 7,8 milhões de sacas, o menor nível desde maio. No Japão, o volume armazenado também está abaixo da média histórica, o que reforça o ambiente de oferta apertada.

Demanda mostra sinais de recuperação

Embora o lado da oferta siga limitado, a demanda apresenta reação. O consumo aparente na União Europeia terminou a temporada 24/25 acima da média dos últimos dez anos e iniciou 25/26 com força, impulsionado pelo inverno no Hemisfério Norte. Assim, essa combinação entre estoques baixos e demanda aquecida deve sustentar os preços. O contrato para março/26, por exemplo, encontra suporte na região de 350 c/lb.

No entanto, a partir de 2026, o mercado pode registrar algum alívio. Isso porque a safra 26/27 do Brasil avança de maneira favorável, enquanto novos volumes do Vietnã e da América Central tendem a entrar no mercado global.

Apesar da suspensão das tarifas representar um avanço, o desafio central permanece. Os estoques continuam historicamente baixos, e os atrasos na colheita, somados à cautela dos produtores brasileiros, devem manter os preços firmes no curto prazo.

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Editor RuralNews
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TAGS: #Café # Tarifas
# Tarifas de Importação # Importação # Mercado de Café # EUA
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