Cafés especiais ganham espaço no Brasil com perfis sensoriais únicos que valorizam qualidade e experiência do consumidor
No Brasil, onde o café faz parte do dia a dia, os cafés especiais ganham cada vez mais espaço. Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), o nicho cresce cerca de 15% ao ano e representa quase 10% do consumo nacional. Além disso, espera-se que o mercado global alcance US$ 152,7 bilhões até 2030, com crescimento médio anual de 12,3%.
Os cafés especiais são cultivados principalmente no Sul de Minas e na Alta Mogiana paulista, na variedade 100% Arábica. Avaliados por critérios sensoriais rigorosos, eles recebem pontuação mínima de 80 pontos pela Specialty Coffee Association (SCA). Esses cafés se dividem em quatro perfis sensoriais: intensos, doces, frutados e florais, que atraem consumidores que buscam experiências sofisticadas e naturais, conectadas à origem do grão.
Os perfis intensos agradam quem vem do café tradicional, com notas de chocolate, caramelo e castanhas. Já os cafés doces evocam melado e frutas cristalizadas. Os frutados se destacam pela acidez e aromas de frutas cítricas e vermelhas, enquanto os florais lembram jasmim e lavanda, ideais para paladares mais sensíveis.
A valorização da qualidade beneficia diretamente a cadeia produtiva. Pequenos produtores que apostam em cafés especiais aumentam a renda e acessam mercados premium, inclusive internacionais. Estima-se que 80% da produção brasileira de cafés especiais seja realizada por micro e pequenos agricultores.
O mercado também exige que os consumidores entendam o universo dos cafés especiais. Para isso, marcas traduzem perfis complexos em experiências agradáveis e acessíveis. Entre os perfis mais comuns estão cafés encorpados com notas caramelizadas, versões com nuances de cacau e acidez média e cafés de alta acidez com finalização doce, lembrando acerola e pêssego.
O movimento dos cafés especiais transforma a relação com o consumo. Hoje, o café se tornou um momento de prazer, que valoriza qualidade, procedência e experiência sensorial, e não apenas uma pausa rápida ou dose de energia.