A produção de grãos em Goiás cresce acima da capacidade de armazenagem, que subiu 22,2% em dez anos e mantém o estado em 4º lugar no país
O aumento da produção de grãos em Goiás elevou a pressão sobre a infraestrutura de armazenagem. De acordo com análise da Inteligência de Mercado Agropecuário da Seapa, baseada em dados da Conab, o Estado atingiu em 2025 a capacidade estática de 17,5 milhões de toneladas distribuídas em 695 unidades. Com isso, Goiás ocupa a quarta posição nacional no ranking de armazenagem.
Nos últimos dez anos, a capacidade cresceu 22,2%, passando de 14,3 milhões para 17,5 milhões de toneladas. No entanto, o avanço ainda não acompanha a expansão da produção de grãos, que mais do que dobrou no período. A safra saltou de 17,5 milhões de toneladas em 2015/16 para 36,9 milhões em 2024/25, o que representa alta de 110,7%.
“O crescimento da produção é um orgulho para Goiás e confirma a força do nosso agronegócio. Mas precisamos avançar também na armazenagem, que é estratégica para garantir eficiência, competitividade e segurança em toda a cadeia produtiva”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende.
Apesar da relevância, a gestão da armazenagem nas propriedades enfrenta obstáculos. O custo de implantação e manutenção ainda é elevado. Além disso, a operação exige mão de obra qualificada e atenção constante ao manejo da umidade, controle de pragas, insetos e perdas. Manter a qualidade do produto também é um desafio central.
Esses fatores reforçam a necessidade de políticas públicas e linhas de crédito específicas para a armazenagem. Entre elas, destacam-se as iniciativas do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). Em 2025, o FCO Rural criou uma linha exclusiva para financiar estruturas de armazenagem, reconhecendo a área como prioridade para o setor produtivo.