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Abrapa destaca mercado global e avanço da safra no Brasil

Semana teve baixa liquidez por causa do feriado nos EUA, enquanto projeções, cenário global e avanço do plantio e do beneficiamento movimentaram o mercado de algodão

Abrapa destaca mercado global e avanço da safra no Brasil

Mercado global de algodão segue dividido entre pressões de oferta e avanço da safra brasileira, Foto: Canva

Foto do autor Redação RuralNews
30/11/2025 |

A semana no mercado internacional de algodão foi encurtada pelo feriado de Thanksgiving nos Estados Unidos, o que reduziu a liquidez e a presença dos principais players. Ainda assim, o setor acompanha o relatório semanal de vendas externas do USDA, que traz dados atualizados até 16 de novembro.

Em Nova York, o contrato Jul/26 fechou a 66,77 U$c/lp, alta de 1% ante 19 de novembro, enquanto o Dez/26 avançou 0,4%, encerrando a 67,82 U$c/lp. Paralelamente, o Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia ficou em 718 pontos para embarque Dez-25/Jan-26, segundo a Cotlook.

Fatores que sustentam expectativas de alta

Alguns elementos ajudam a consolidar um cenário altista. A consultoria BMI (Fitch Solutions) projeta preços de 67 c/lb para 2025 e de 70 c/lb para 2026, prevendo um balanço global mais apertado devido à combinação de produção mista e consumo estável. Além disso, há incerteza sobre o tamanho da safra chinesa de 2026, já que a política de subsídios vigente termina em 2025.

O mercado também passou a precificar com maior probabilidade um corte de juros pelo Federal Reserve, o que fortaleceu as bolsas globais e enfraqueceu o dólar. Analistas destacam ainda que os preços parecem formar um piso entre 63 e 65 c/lb, sinalizando que parte das más notícias já estaria incorporada.

Pressões baixistas ainda pesam

Apesar disso, o mercado segue sem um gatilho claro de demanda, o que limita a recuperação no curto prazo. O intervalo estreito de 63 a 65 c/lb reforça o comportamento lateral. O sentimento geral das commodities agrícolas permanece cauteloso, principalmente pela incerteza quanto ao apetite da China, que reduz o apetite global por risco.

A Cotlook revisou para baixo a produção global de 2025/26 para 25,6 milhões de toneladas, queda de 144 mil, enquanto o consumo segue ainda menor, estimado em 25,08 milhões de toneladas. Além disso, os fundos ampliaram a posição líquida vendida de 40 mil para mais de 80 mil contratos desde o início da safra, mostrando forte convicção baixista.

Desempenho das principais origens

Nos Estados Unidos, a Cotlook revisou para cima a produção, agora em 2,98 milhões de toneladas, aumento de 65 mil. O USDA apontou que a colheita atingiu 79% até 23 de novembro, ligeiramente abaixo da média de cinco anos. No Texas, o ritmo chegou a 70%, ante 74% da média. Na China, a colheita em Xinjiang está praticamente concluída, com 99,7% da área finalizada, restando apenas pequenas regiões do Sul com colheita manual. No Vietnã, os EUA seguem líderes nas exportações, respondendo por 44% das importações totais no início da safra. Já a Índia estima 4,97 milhões de toneladas em 2025/26, queda de 1,7% em relação ao ciclo anterior.

Bangladesh e Paquistão mantêm cautela

Em Bangladesh, o comportamento das importações segue contido. Em outubro, o país comprou apenas 110,45 mil toneladas, o menor volume mensal em dois anos. A Zona do Franco Asiático liderou os embarques com 29%, seguida pelo Brasil (21%) e pela Austrália (17%). No acumulado de três meses, as importações somam 395,8 mil toneladas, queda de 11% ante 2024. No Paquistão, as grandes fiações seguem priorizando o algodão doméstico, já que a colheita foi concluída em todo o cinturão produtor.

Avanços institucionais do setor

No ambiente institucional, Abrapa e ApexBrasil renovaram por mais dois anos o convênio do programa Cotton Brazil, responsável por promover o algodão nacional no exterior. A assinatura ocorreu durante a inauguração do novo escritório da ApexBrasil em Cuiabá, com a presença de 54 adidos agrícolas. A parceria entre Abrapa, ApexBrasil e Anea foi essencial para que o Brasil se consolidasse como maior exportador global em 2024, com quase 3 milhões de toneladas embarcadas e cerca de US$ 5 bilhões em receitas.

Ao mesmo tempo, a Abrapa participa do Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas, em Brasília, onde distribuiu fotos da produção impressas em papel de algodão, material que será levado às embaixadas como símbolo de qualidade.

Campo brasileiro acelera decisões

Em Mato Grosso, produtores estão gradando lavouras de soja para apostar diretamente no algodão, segundo a Aprosoja-MT. A estratégia tenta evitar riscos do atraso da semeadura e do eventual replantio, que poderia comprometer a safra seguinte.

Enquanto isso, as exportações brasileiras alcançaram 323,1 mil toneladas nas três primeiras semanas de novembro, com média diária 46,4% superior à de 2024.

Beneficiamento e plantio avançam

O beneficiamento da safra 2024/25 segue firme. Até 27 de novembro, os índices estaduais eram: BA 92%, GO 98,3%, MA 75%, MG 99%, MS 97%, MT 79%, PI 98,21%, PR 100% e SP 100%, totalizando 81,73% no país.

No plantio da safra 2025/26, a Bahia alcançou 0,5% da área, Minas Gerais 5%, enquanto Paraná e São Paulo avançaram para 60% e 65%. No total, o país soma aproximadamente 0,7% da área plantada.

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Editor RuralNews
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TAGS: #Algodão # Algodão Brasileiro
# Safra # Abrapa # Associação Brasileira dos Produtores de Algodão # Mercado Global
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