Estoque total caiu quase 20% em relação ao fim de 2023, enquanto silos continuam sendo a principal estrutura de armazenagem no país
A capacidade de armazenagem agrícola no Brasil alcançou 227,1 milhões de toneladas no segundo semestre de 2024, o que representa um crescimento de 2,1% em comparação com o primeiro semestre. No mesmo período, o número de estabelecimentos ativos subiu 0,9%, chegando a 9.511 unidades, de acordo com dados da Pesquisa de Estoques.
O Mato Grosso continua sendo o estado com a maior capacidade instalada, com 61,4 milhões de toneladas, enquanto o Rio Grande do Sul lidera em número de unidades armazenadoras, com 2.448 estabelecimentos. O Paraná aparece em seguida, com 1.368 estabelecimentos e uma capacidade de 35,1 milhões de toneladas.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram aumento no número de estabelecimentos em relação ao semestre anterior, com crescimentos de 7,5%, 3,6% e 1,2%, respectivamente. A Região Sul manteve o número de unidades, enquanto o Sudeste registrou queda de 0,4%.
Apesar da expansão na infraestrutura, os estoques de produtos agrícolas somaram 36,0 milhões de toneladas no segundo semestre, uma queda de 19,3% em comparação aos 44,6 milhões de toneladas registrados em 31 de dezembro de 2023. A redução é atribuída a problemas climáticos que afetaram a produção da safra.
Entre os principais produtos armazenados, o milho liderou com 17,7 milhões de toneladas, seguido pela soja (7,3 milhões), trigo (5,7 milhões), arroz (1,7 milhão) e café (0,9 milhão). Apenas o arroz teve aumento nos estoques em relação ao levantamento anterior. Juntos, esses produtos representam 92,4% do total armazenado, enquanto os demais grãos e sementes compõem os 7,6% restantes.
Os silos seguem como principal estrutura de armazenagem no país, com 120,5 milhões de toneladas de capacidade — um aumento de 2,6% no semestre e o equivalente a 53,1% da capacidade total. O Sul é a região onde os silos predominam, respondendo por 65,1% da capacidade local e por 43,3% da capacidade nacional com esse tipo de estrutura.
Os armazéns graneleiros e granelizados somaram 82,6 milhões de toneladas em capacidade, um crescimento de 2,1% em relação ao semestre anterior, e representam 36,4% da capacidade nacional. Esse modelo é predominante no Centro-Oeste, onde responde por 50,5% da capacidade da região e 59,7% do total nacional, refletindo a presença de grandes propriedades e alta produção de grãos.
Já os armazéns convencionais, estruturais e infláveis chegaram a 24,0 milhões de toneladas de capacidade — um acréscimo de 0,4% — e representam 10,6% do total nacional. Eles são mais comuns no Sul e Sudeste, que concentram 66,5% da capacidade desse tipo de armazenagem, impulsionados pela produção de arroz e café, culturas tradicionalmente armazenadas em sacarias.