Produtores paranaenses retomam plantio de algodão e diversificam renda com alta rentabilidade

Com o mercado da soja enfrentando dificuldades, a retomada da cotonicultura no Paraná está ganhando força, trazendo aos produtores uma alternativa rentável e sustentável.

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A história do algodão no Estado remonta à década de 1990, quando o Paraná foi o maior produtor da cultura no Brasil. Hoje, o cenário é outro: o algodão começa a se reerguer, com novos investimentos e o apoio da Associação dos Cotonicultores do Paraná (Acopar), que oferece suporte técnico, maquinário e ajuda na comercialização da produção.

O Paraná, que foi o maior produtor de algodão do Brasil até a década de 1990, perdeu seu protagonismo devido a problemas como a infestação do bicudo-do-algodoeiro e a expansão da soja. No entanto, com o avanço das tecnologias de manejo e o controle das pragas, os cotonicultores buscam reconquistar o espaço perdido. O Estado apresenta grandes vantagens competitivas, como o custo reduzido de produção, que varia de R$ 12 mil a R$ 14 mil por hectare, e o uso mais eficiente de insumos, comparado com o Cerrado.

Além disso, a rotação de culturas tem se mostrado um importante aliado na recuperação da cotonicultura no Paraná. A técnica de alternar o cultivo de algodão com soja e milho oferece um ganho significativo na produtividade das safras subsequentes, com um aumento de até 10% na produção de soja e milho, como explica o engenheiro agrônomo especialista em algodão, Eleusio Freire, em entrevista exclusiva para o Rural News sobre como a rotação com algodão eleva a produtividade da soja e do milho.

Segundo Freire, a rotação também contribui para a redução de doenças e economiza com defensivos e adubos.

Em termos financeiros, o algodão tem mostrado um retorno superior ao da soja, com o investimento em algodão resultando em lucros mais altos por hectare. Isso torna o cultivo uma alternativa atrativa para os agricultores, especialmente diante da queda nos preços da soja. "O algodão pode ser uma excelente opção para diversificar a renda e garantir mais estabilidade financeira para os produtores", afirma Almir Montecelli, presidente da Acopar.

Apesar das vantagens, o setor ainda enfrenta desafios, como a ausência de uma algodoeira no Estado, o que encarece o beneficiamento da produção, que atualmente é feito em Martinópolis, no interior de São Paulo. Contudo, a instalação de uma unidade de beneficiamento em Ibiporã está prevista para os próximos anos, o que deve reduzir os custos e melhorar a competitividade do algodão paranaense.

Com o apoio da Acopar e o uso de novas tecnologias, o Paraná tem um grande potencial para expandir a cotonicultura, com uma meta de aumentar a área plantada de 1,5 mil para 60 mil hectares nos próximos cinco anos, atendendo à demanda interna crescente. A expectativa é que a safra 2024/25 seja uma das mais promissoras da década.