INÍCIO AGRICULTURA Algodão

Bicudo-do-algodoeiro: controle é o melhor desde 2012

Essa é uma praga que em 30 anos se disseminou com sucesso para várias regiões

A praga que tanto assola os produtores de algodão no país, o bicudo-do-algodoeiro, parece ter dado uma trégua, segundo os últimos dados do Instituto Mato-Grossense de Algodão (IMAmt), que registrou o melhor resultado relativo ao monitoramento e controle desde a safra 2012/2013.
Armadilhas têm se tornado a solução nesse monitoramento nas propriedades rurais, além de um número maior de pesquisadores voltados efetivamente ao combate à praga. Dados obtidos do Programa de Monitoramento do bicudo-do-algodoeiro do IMAmt, revelam que em todas as regiões de Mato Grosso as médias de captura foram inferiores a um. Isso significa que foram encontrados menos de um besouro por armadilha em uma semana, classificando todas as regionais como zona azul, o que significa de baixo risco para as plantações.


Histórico do bicudo do algodoeiro
O bicudo do algodoeiro é uma praga introduzida no Brasil, que em 30 anos se disseminou com sucesso para várias regiões se tornando a principal praga do algodoeiro no país. A constatação do bicudo no Brasil ocorreu pela primeira vez em fevereiro de 1983, em cultivo de algodoeiro próximo ao aeroporto de Viracopos na região de Campinas, São Paulo.


Nessa região o inseto foi encontrado em grandes densidades populacionais, causou injúrias em botões florais e atingiu níveis de aproximadamente 90% de infestação.
De acordo com resultados de Confalonieri, obtidos a partir de um estudo de filo geográfico, o bicudo-do-algodoeiro do Brasil e do Paraguai foi introduzido a partir de insetos oriundos dos Estados Unidos.
 
Características gerais do inseto
O adulto do bicudo do algodoeiro é um besouro que mede de 4 a 9 mm de comprimento e 7 mm de envergadura, tem coloração que varia de pardo-acinzentado ao preto, com pelos dourados esparsos sobre os dois élitros, onde se observam estrias ou sulcos longitudinais. A coloração varia conforme a idade e alimentação do inseto; o inseto possui um rostro (bico alongado) escuro, medindo cerca de metade do tamanho do resto do seu corpo, no qual na extremidade apical se encontram as peças bucais, e mais ou menos no centro do rostro situam-se as antenas.


A grandis possui, nos fêmures anteriores, um espinho grande dividido, sendo um acuminado e outro rombudo, por uma bifurcação, característica que o diferencia dos outros curculionídeos.

 
Ciclo de vida do bicudo do algodoeiro
O bicudo do algodoeiro é uma praga com reprodução exclusiva na planta de algodão. A fêmea põe apenas um ovo por orifício, feito nos botões florais, flores ou maçãs da planta, ou seja, em suas estruturas reprodutivas. Em seguida, ela fecha esse orifício com uma secreção gelatinosa. Por dia, cada fêmea pode colocar até 6 ovos, mas o seu ciclo totaliza cerca de 100 a 300 ovos, cujo período de incubação é rápido, de 2 a 4 dias. Depois, podemos notar a presença das lagartas no algodão. Seu comprimento é de 5 a 10mm, com coloração branca e cabeça marrom clara.


Durante um período de 7 a 12 dias essas lagartas se alimentam das estruturas internas do botão floral. Seu ciclo continua com a incubação em câmaras que elas constroem nas estruturas que atacaram. Cerca de uma semana depois o botão se solta da planta e ela não consegue produzir. A incubação das pupas do bicudo-do-algodoeiro é de 3 a 5 dias para se transformarem em besouros de coloração castanha ou cinza e rosto alongado. São insetos que atingem até 7mm de comprimento e vivem de 20 a 40 dias.
 
Danos Caudados
Os primeiros adultos migram para a cultura por ocasião do florescimento, atraídos pelo cheiro, e atacam inicialmente os botões florais que, após o ataque, apresentam as brácteas abertas e, posteriormente, caem. As flores atacadas ficam com o aspecto de balão (“flor em balão”), devido à abertura anormal das pétalas.


As maçãs do algodão apresentam perfurações externas, decorrentes do hábito de alimentação e oviposição do inseto, sendo que, internamente, as fibras e sementes são destruídas pelas larvas, que impedem sua abertura normal (“carimã”), deixando-as enegrecidas. As chuvas, ou os períodos chuvosos, favorecem o desenvolvimento desta praga, uma vez que a umidade existente conserva os botões atacados por um período maior.
 
Como fazer o manejo do bicudo do algodoeiro?
Diversos métodos de controle podem ser adotados no manejo do bicudo-do- algodoeiro. A escolha de tais métodos depende do nível tecnológico adotado pelo produtor e da extensão da área plantada. Independente da dimensão da área plantada, o monitoramento da população inicial com armadilhas é crucial para a tomada de decisão.


Essas armadilhas devem ser instaladas 50 dias antes do início da semeadura, seguindo por 9 semanas e com intervalos de 200 m entre elas. Essa medida ajuda a determinar o índice BAS (bicudos/armadilha/semana). O BAS é uma referência para tomar as melhores decisões no controle do inseto.



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