Boletim aponta queda das cotações do algodão
Cotações do algodão caem após chuvas no Texas e cenário de oferta elevada com demanda enfraquecida
Por: Redação RuralNews
O Boletim de Inteligência de Mercado da Abrapa de 5 de setembro destaca que, após chuvas no Texas, os preços do algodão caíram nesta semana. O contrato Dez/25 fechou em 66,05 c/lb em 2 de setembro, mínima histórica. O mercado segue apático, influenciado por oferta abundante e demanda enfraquecida, enquanto as atenções se voltam para a safra dos Estados Unidos e os movimentos técnicos.
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Na Bolsa de Nova York, o contrato Dez/25 encerrou em 66,20 U$c/lp em 4 de setembro, queda de 1,6% frente a 28 de agosto. Já o contrato Dez/26 fechou em 68,97 U$c/lp, recuo de 0,7% no mesmo período.
O basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia ficou em 729 pontos para embarque Out/Nov-25, segundo a Cotlook.
Apesar da fraqueza do mercado, alguns pontos sustentam expectativas positivas. A demanda cresce, ainda que de forma cautelosa, com compras ativas da Índia, Bangladesh, Paquistão e China. Nos Estados Unidos, as condições das lavouras caíram de 54% para 51% de boas a excelentes, mas seguem acima da safra passada.
Além disso, a umidade do solo indica seca em várias regiões produtoras. Na Índia, os preços mínimos em torno de US$ 90c/lp e a retirada temporária das tarifas de importação devem manter a demanda aquecida até dezembro.
Por outro lado, os fatores de baixa seguem relevantes. O mercado aguarda o relatório de setembro do USDA, previsto para o dia 12, que pode revisar para cima a produção norte-americana, hoje estimada em 13,2 milhões de fardos. A China mantém ritmo fraco de importações e prioriza a safra local, estimada em mais de 7 milhões de toneladas.
Além disso, a diferença entre compras e vendas on-call permanece elevada, o que pode gerar pressão vendedora até o First Notice Day, em 21 de novembro. Uma decisão judicial nos EUA contra tarifas da era Trump também adicionou incerteza.
Na Índia, o Brasil se consolidou como principal exportador. De outubro/24 a julho/25, o país importou 552 mil toneladas, sendo 147 mil do Brasil. Na China, a retomada da demanda física gerou compras modestas de algodão brasileiro, enquanto a cota de importação de 200 mil toneladas tende a beneficiar o produto nacional frente ao algodão norte-americano, ainda sujeito a tarifa de 45%. Contudo, o fio chinês segue mais barato que o importado, reduzindo a demanda externa.
No Vietnã, fiações buscam algodão dos EUA após aprovação da "Buying American Cotton Act", mas lotes brasileiros e australianos seguem atraentes pelos preços competitivos. Já a Austrália deve reduzir em 11% sua área plantada em 2025/26, com queda concentrada em Nova Gales do Sul devido à menor oferta de água para irrigação.
No Brasil, a colheita da safra 2024/25 já atingiu 90,83% até 4 de setembro. Goiás colheu 91,16%, Mato Grosso 92% e estados como Maranhão, Piauí, Mato Grosso do Sul e Paraná concluíram 100%. O beneficiamento alcança 30,65% no país, com destaque para Paraná (100%) e São Paulo (95%).
As exportações brasileiras somaram 77,5 mil toneladas em agosto de 2025. A média diária foi 30,7% menor que no mesmo mês de 2024.
Texto publicado originalmente em Notícias
Algodão em Nova York

Algodão tem cotações pressionadas pelo mercado. Foto: Canva
Na Bolsa de Nova York, o contrato Dez/25 encerrou em 66,20 U$c/lp em 4 de setembro, queda de 1,6% frente a 28 de agosto. Já o contrato Dez/26 fechou em 68,97 U$c/lp, recuo de 0,7% no mesmo período.
Basis na Ásia
O basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia ficou em 729 pontos para embarque Out/Nov-25, segundo a Cotlook.
Fatores altistas
Apesar da fraqueza do mercado, alguns pontos sustentam expectativas positivas. A demanda cresce, ainda que de forma cautelosa, com compras ativas da Índia, Bangladesh, Paquistão e China. Nos Estados Unidos, as condições das lavouras caíram de 54% para 51% de boas a excelentes, mas seguem acima da safra passada.
Além disso, a umidade do solo indica seca em várias regiões produtoras. Na Índia, os preços mínimos em torno de US$ 90c/lp e a retirada temporária das tarifas de importação devem manter a demanda aquecida até dezembro.
Fatores baixistas
Por outro lado, os fatores de baixa seguem relevantes. O mercado aguarda o relatório de setembro do USDA, previsto para o dia 12, que pode revisar para cima a produção norte-americana, hoje estimada em 13,2 milhões de fardos. A China mantém ritmo fraco de importações e prioriza a safra local, estimada em mais de 7 milhões de toneladas.
Além disso, a diferença entre compras e vendas on-call permanece elevada, o que pode gerar pressão vendedora até o First Notice Day, em 21 de novembro. Uma decisão judicial nos EUA contra tarifas da era Trump também adicionou incerteza.
Cenário internacional
Na Índia, o Brasil se consolidou como principal exportador. De outubro/24 a julho/25, o país importou 552 mil toneladas, sendo 147 mil do Brasil. Na China, a retomada da demanda física gerou compras modestas de algodão brasileiro, enquanto a cota de importação de 200 mil toneladas tende a beneficiar o produto nacional frente ao algodão norte-americano, ainda sujeito a tarifa de 45%. Contudo, o fio chinês segue mais barato que o importado, reduzindo a demanda externa.
No Vietnã, fiações buscam algodão dos EUA após aprovação da "Buying American Cotton Act", mas lotes brasileiros e australianos seguem atraentes pelos preços competitivos. Já a Austrália deve reduzir em 11% sua área plantada em 2025/26, com queda concentrada em Nova Gales do Sul devido à menor oferta de água para irrigação.
Colheita e beneficiamento
No Brasil, a colheita da safra 2024/25 já atingiu 90,83% até 4 de setembro. Goiás colheu 91,16%, Mato Grosso 92% e estados como Maranhão, Piauí, Mato Grosso do Sul e Paraná concluíram 100%. O beneficiamento alcança 30,65% no país, com destaque para Paraná (100%) e São Paulo (95%).
Exportações
As exportações brasileiras somaram 77,5 mil toneladas em agosto de 2025. A média diária foi 30,7% menor que no mesmo mês de 2024.
Texto publicado originalmente em Notícias
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