Agricultores, empresários e entidades setoriais paranaenses manifestaram-se, com preocupação, acerca do último capítulo do conflito entre agricultores e indígenas do município de Guaíra, no Oeste do Paraná. A região está no circuito de 24 mil hectares reivindicados pela etnia Avá-Guarani e concentra grande volume urbano e rural ocupado. O processo corre no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.
A Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) divulgou nota de repúdio à invasão da propriedade rurale à tortura de reféns por supostos indígenas, na última quarta-feira. Assinada pelo presidente do Sistema Faep/Senar-Ágide Meneguette, a publicação pede a solvência do caso e a liberação da área com urgência para evitar novas ondas de violência.
“É preciso lembrar que, agora, já existe uma lei promulgada pelo Congresso Nacional fixando data para a demarcação das áreas indígenas. Mesmo que não houvesse, não se admite invasões de terra, por índios ou por membros do MST. A Federação da Agricultura do Paraná – FAEP espera uma ação rápida e vigorosa de nossas autoridades”, finalizou Meneguette.
A diretoria da coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar) pediu a urgência na pacificação da região. Além de defender os produtores rurais donos das áreas invadidas, a entidade pede ao Estado e ao Governo Federal que a Constituição e a recente decisão do Congresso quanto à questão do Marco Temporal sejam observadas e respeitadas.
“Diante do atual cenário, a Caciopar solicita do estado do Paraná e do Governo Federal uma atuação enérgica das forças policiais para a defesa dos produtores rurais e da população do município de Guaíra, bem como a pronta desmobilização de qualquer movimento invasor que afronte o direito à propriedade privada”, defendeu a entidade, em nota.
Ontem, o Ministério da Justiça autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública na região do conflito. A decisão ocorreu após denúncias de que três indígenas teriam sido baleados, na última quarta-feira, enquanto realizavam ritual de orações.
Segundo publicou a
Agência Brasil nesta sexta-feira, “as denúncias são de que a ação violenta foi organizada por fazendeiros da região”. O canal de comunicação oficial do governo federal ainda pontuou que o Ministério dos Povos Indígenas esteve no local dos ataques, nesta semana, e conversou com lideranças e com a Polícia Federal.
A agência de notícias adiantou ainda que o governo do Paraná marcou nova reunião, na próxima terça-feira (16), em Curitiba, para tratar do caso.