Nesta segunda-feira, 15/01, os preços da saca de milho iniciaram o dia 3,77% maiores do que na quinta-feira passada. Os valores variam de R$ 64 a saca em Cascavel/PR e em Rio Verde/GO a até R$ 80 a saca em Campinas, interior de São Paulo. Essa elevação tem duas justificativas. A primeira é a expectativa negativa criada pelas estimativas de perdas na safra 23/24, a começar pela soja, que vai se refletir no milho.
A segunda é o aumento do consumo de milho para produção de etanol, que cresceu de 11% a 15% somente no ano passado. Essa concorrência vai afetar principalmente a pecuária, que precisa do milho para ração. A preocupação é tão grande que o Governo Federal aprovou a compra de um estoque regulador de 50 mil toneladas para pequenos criadores de animais com até 50 cabeças, que estariam com maior dificuldade para comprar ração de milho para alimentar seus rebanhos.
O terceiro fator é o mais preocupante: todas as estimativas mostram quebra de produção de soja e milho este ano. O economista Antônio da Luz, da Farsul/RS, acha que a situação é pior. "Quando se olha a expectativa do produto quando plantou e o que está acontecendo agora, já temos 21 bilhões de toneladas a menos em soja e milho", afirma ele. Ele informa que a maior perda percentual é do milho e da soja. "E quando olhamos os Estados que estão perdendo, no Centro Oeste estão as perdas mais significativas, segundo boletim da Conab", salienta.
Segundo Antônio da Luz, no Paraná as perdas serão muito maiores do que as registradas. "No Centro Oeste acredtiamso que as perdas vão crescer muito mais ainda", salienta. É preciso estar com foco no final do primeiro semestre, quando as pastagens estarão afetadas pelo inverno e a pecuária precisará de mais racão. Aí sim, os preços estaráo mais elevados. Esse será o fator que irá aumentar os preços e podem fazer a saca de milho voltar ao patamar de que foi registrado durante a pandemia da Covid-19 e também na estiagem no Rio Grande do Sul, com a saca passando de R$ 100 reais.