Nas últimas duas semanas, os preços da soja subiram cerca de um dólar por bushel impulsionados pelas perspectivas de redução da safra brasileira. Segundo o analista d Granoeste, Camilo Motter, as irregularidades climáticas que se espalham de norte a sul do país estão afetando diretamente o comportamento do mercado. "Ao Sul, o problema é o excesso de chuvas e no Centro-Norte, estiagem", salienta o analista.
Para ele, as perspectivas, no entanto, apontam para certa mudança nos próximos dias – por esta razão, os investidores buscam se desfazer de posições adquiridas nestes dias e acabam por pressionar os preços. "Mas, ainda há muita disparidade entre os modelos e, portanto, não se pode cravar que as chuvas estarão voltando para o Centro-Oeste. Os fundamentos seguem muito sólidos", afirma.
"O comportamento climático, conforme viemos falando aqui no portal RuralNews, será o direcionador dos preços. Vemos a oferta como definidora, uma vez que ela tem oscilado muito nos últimos anos. A demanda tem sido mais comedida e muito previsível", destaca Camilo. Levantamento da Conab, finalizado no início desta semana, indica que o plantio da safra brasileira de soja chega a 57,6%, ante 66% do mesmo ponto do ano passado.
Internamente, os preços ganharam força nos últimos dias. A taxa de câmbio, porém, limitou os ganhos. Os bons sinais de controle da inflação em países centrais permitem imaginar que as taxas de juros tendem a cair no decorrer, permitindo que mais investidores deixem seus recursos no Brasil – o que pressiona o câmbio. O comportamento climático, conforme viemos falando aqui no portal RuralNews, será o direcionador dos preços.
Para Camilo, no campo, as preocupações estão todas centradas nas sérias e perturbadoras irregularidades no regime de chuvas.