A produção de uva ocorre entre a primavera e o verão enquanto outono e inverno são considerados tempo de descanso do parreiral. Cada variedade de uva possui um ciclo diferenciado, com variedades de ciclo longo ( regiões frias) e variedades de ciclos curto (regiões quentes). Em todas essas fases observamos o período de dormência, brotação, floração, crescimento e maturação.
A dormência é a primeira fase do ciclo das uvas que ocorre durante uma parte do outono e todo inverno. É essa fase que vamos destacar com um olhar para a serra gaúcha. Nessa fase, as parreiras estão em repouso absoluto, estágio em que não há folhas ou atividades de crescimento. Apesar deste estágio aparentar inatividade, ele pode ser um período critico para a videira, se exposta a muito baixas temperaturas.
O Choro da Videira - Brotação
Esse fluxo adocicado que você vê na foto acima indica que as raízes da videira estão ativas e absorvendo água no solo e mineirais. Como não há folhas, a pressão das água nos ramos aumenta e é eliminada ao realizar o corte. Esse choro é um indicativo de que as vieiras já estão prestes a brotar. Em Garibaldi, na serra gaúcha há relatos de brotos em pés de uva do tipo mesa. Essa antecipação do aparecimento dos brotos no final do período da dormência é justificado por um Clima mais quente observado na região que antecipou o período.
Vale lembrar, que cerca de 30 dias após a fase do choro, dependendo das condições climáticas do solo e das substâncias retidas pelas raízes a videira começa a brotar, dando origem às primeiras folhas. Em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, a produtora Rosângela Comiotto Zordan já nota muitos brotos em seus parreirais e está apreensiva por conta da previsão de temperaturas extremamente baixas com possibilidade de neve e geada.
"O primeiro brote é que sai a melhor uva e se o frio queimar o primeiro brote não haverá cachos grandes. Vamos ter que esperar o segundo brote, mas aí não sai uma uva bonita e sim, um cacho miúdo com poucos grãos", explica a produtora.
Impacto do frio nas videiras
Diante da previsão de frio intenso, a preocupação agora se volta para a abertura das gemas nas videiras. Uma queima provocada pelo frio intenso pode significar perda de safra. Veja a explicação da enóloga Bruna Cristofoli.
Tendência do clima
A passagem desta frente fria tem potencial para provocar chuva forte, vento forte, granizo, frio intenso e brusca e acentuada queda da temperatura. Também há risco de geada e de neve.