Mantemos nossa opinião, expressa há dois meses: os preços do milho no Brasil têm um excelente potencial de alta, de aproximadamente R$ 20,00/saca, a partir do momento que a exportação se torne mais agressiva. Ela está ativa, mas tímida, em nossa opinião. Em nossa opinião, o agricultor deve vender aos poucos, o necessário para sua sobrevivência, porque o preço mais elevado virá mais tarde.
FATORES DE ALTA
Quebra nas safras dos EUA: O relatório ProFarmer descreveu a situação do milho nos EUA como a pior condição desde 2013. O consultor Brian Grete afirmou, em relatório, que a grande questão que permeava o Crop Tour deste ano para o milho era se haveria produção suficiente na parte oriental do Cinturão do Milho para compensar as culturas perdidas nas áreas ocidentais. “Após o Crop Tour, a resposta é claramente que não haverá o suficiente no leste para compensar o oeste”, avaliou. Segundo o chefe da parte leste da turnê, a combinação de calor e seca será a principal responsável por impedir que a safra “atinja todo o seu potencial no Cinturão do Milho oriental”.
Forte demanda subjacente da China e da Europa – tanto em grão, como em carnes, que demanda milho. Na Ucrânia, a Associação Ucraniana de Grãos reduziu suas perspectivas de colheita de milho em 12% de sua estimativa anterior de 27,3 MT para 24 MT - citando uma área colhida menor devido à destruição da invasão russa. A União Europeia reduziu sua estimativa de produção de milho de 65,8 MT para 59,3 MT, citando o calor e a seca prolongados. E aumentou a sua estimativa de importações de 16 para 20 MT, por enquanto. Na China, a seca está
Recuo nos custos de produção: O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) medido pela Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) fechou julho com queda de 2,03%, representando o segundo mês
consecutivo no campo negativo. Segundo a entidade, em nota, o principal fator foi a queda do custo dos fertilizantes, mais uma vez.
FATORES DE BAIXA
Pressão da colheita da Safrinha no Brasil e no Paraguai. A produção de milho no Brasil foi 31,7 milhões de toneladas maior do que a safa passada, que quebrou. Mas, se considerarmos somente a Safrinha, ela foi 43,9% maior, segundo dados da Conab, de agosto. Tudo isto pesou sobre os preços, enquanto a exportação não deslanchava, o que parece ter acontecido neste mês e deverá continuar no segundo semestre de 2022.