Março começa sob influência do bloqueio atmosférico na região central do país, isso significa que o tempo mais aberto, quente e ensolarado predomina no Sudeste e Centro-Oeste e as frentes frias, as áreas de instabilidade e os sistemas que provocam chuva estarão restritos ao Sul do Brasil, principalmente sobre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Mesmo com o bloqueio atmosférico, não há expectativa para grandes volumes de chuva de forma generalizada na Região Sul. A tendência é de aumento em relação ao que vem sendo observado, mas não uma reversão completa de cenário. O bloqueio deve durar grande parte, até o final do primeiro decêndio de março.
Portanto, até aproximadamente o dia 10 de março, as regiões do Centro-Oeste, Sudeste, partes do Nordeste e sul da Região Norte ficam com tempo mais aberto, calor e chuvas em forma de pancadas irregulares.
Chuva enfraquece no Sul e retorna ao Brasil central na segunda semana de março
A partir do segundo decêndio do mês, quando o bloqueio atmosférico for rompido, os sistemas frontais, os quais levam chuva, voltam a avançar país adentro. Desta maneira, a chuva retorna para o Sudeste, aumenta no Centro-Oeste (sobretudo em Goiás), e também alcança a Bahia. O Sul do Brasil seca novamente. Ou seja, a chuva se reposiciona em áreas de maior concentração de precipitação durante esse verão, conforme imagem abaixo. Vale ressaltar, o sul de Mato Grosso e de Goiás deve ter chuvas abaixo da média durante o mês de março.
Agora com análise para as demais áreas do país, março seria um mês chuvoso no norte do Nordeste, mais precisamente entre o Rio Grande do Norte até o Maranhão, devido à migração Climatológica da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) em direção ao continente, no entanto, não é isso que a previsão climática indica.
Como o Atlântico tropical norte está mais quente que o Atlântico tropical sul, o posicionamento da ZCIT deve ocorrer a norte da sua posição média climatológica. Sendo assim, a chuva nessa faixa norte do Nordeste (e também em partes do Tocantins e leste do Pará) deve ser abaixo da sua média histórica. Com menores índices pluviométricos e mais dias de sol, a tendência é que a temperatura aumente nessas regiões e fique acima da média. O mês de março deve ser quente em todo o país.
A Região mais comprometida com a falta de chuva ainda parece ser o Sul. Apesar desta descida pontual da chuva e da melhora do solo para soja e implantação da segunda safra do milho, é uma condição restrita apenas ao primeiro decêndio do mês. Depois disso, a chuva diminui, o tempo firme retorna e com ele, os problemas com déficit hídrico.
E o outono, como deve ficar?
O outono começa no dia 20 de março, às 12h33min pelo horário de Brasília. A estação será marcada pela redução da chuva na região central do e o frio precoce.
As primeiras ondas de frio chegam mais cedo esse ano, ainda no mês de abril. Maio deve ser um mês com bastante oscilação de temperaturas, variando de dias muito quentes para dias frios devido ao avanço de massas de ar de origem polar.
Abril e maio serão meses secos em todo Sul, Sudeste e em grande parte do Centro-Oeste, ainda por conta da La Nina e do grande bolsão de águas quentes próximo ao Uruguai, desfavorecendo a formação e passagem de frentes frias pela costa do Sul e Sudeste.
