Produto movimenta bilhões em divisas e tributos, gerando mais de 40 mil empregos especialmente para os estados do Sul do país
As exportações brasileiras de tabaco registraram um desempenho expressivo nos primeiros quatro meses de 2025, superando os resultados do ano anterior e atingindo o melhor resultado da última década para o período. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC/ComexStat), entre janeiro e abril foram exportados US$ 907,6 milhões em tabaco, um crescimento de 17,87% em relação ao mesmo período de 2024, que totalizou US$ 776,6 milhões.
Em volume, foram embarcadas 133.484 toneladas de tabaco, aumento de 4% em comparação com os primeiros quatro meses do ano passado. Esse avanço reforça a relevância do produto para a balança comercial brasileira, que vem apresentando uma trajetória positiva ao longo da última década.
O Rio Grande do Sul, principal produtor nacional, lidera as exportações do setor, com US$ 739,7 milhões gerados no primeiro quadrimestre de 2025, valor 12,1% superior ao registrado no mesmo período de 2024. O tabaco foi o principal produto exportado pelo estado nesse intervalo, seguido por suínos, aves e cereais.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o tabaco foi o produto mais exportado em janeiro, com US$ 405,1 milhões. Em fevereiro, ficou em segundo lugar, com US$ 131,7 milhões, atrás apenas dos alimentos. Em março e abril, as exportações somaram, respectivamente, US$ 122,4 milhões e US$ 143,2 milhões.
Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), destaca a importância econômica do setor para a Região Sul. Segundo ele, o setor gera mais de 40 mil empregos diretos e contribui com cerca de R$ 17 bilhões em tributos anuais. A previsão é que, ao fim de 2025, as exportações alcancem US$ 3 bilhões, com um crescimento estimado entre 10% e 15% em relação a 2024, conforme pesquisa encomendada à consultoria Deloitte.
Além do impacto econômico direto, o setor investe em sustentabilidade e influencia positivamente as comunidades onde está presente. Os 133 mil produtores rurais recebem R$ 12 bilhões em renda, o que movimenta o comércio e os serviços em mais de 500 municípios produtores.
O tabaco é a principal fonte de renda para pequenas propriedades, que têm em média 14,5 hectares. Essas propriedades são diversificadas e aplicam boas práticas agrícolas, incentivadas pelas indústrias por meio do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), que apoia a produção sustentável e a agricultura familiar.