Tarifas americanas afetam exportações do agro brasileiro em agosto

Tarifas americanas afetaram carne, café e açúcar, mas crescimento em outros mercados manteve exportações do agro brasileiro positivas em 2025

Tarifas americanas afetam exportações do agro brasileiro em agosto

Impacto das tarifas americanas nas exportações do agronegócio brasileiro mantém crescimento total. Foto: Canva

Foto do autor Redação RuralNews
26/09/2025 |

Em 6 de agosto, entrou em vigor a tarifa americana adicional de 50% sobre produtos importados do Brasil, anunciada em julho. Segundo levantamento da Insper, aproximadamente 21% dos produtos exportados aos EUA e 1,5% do total mundial ficaram isentos, o que ajudou a limitar impactos negativos.

Desempenho geral das exportações

Entre julho e agosto, as exportações do agronegócio brasileiro para os EUA caíram 27,7%. Contudo, na comparação anual, a redução foi de 17,6%. Produtos como carne bovina, café, madeira, açúcar e pescados foram os mais afetados. Apesar disso, o setor registrou crescimento total de 1,5% nas vendas externas, mesmo com queda de 7,8% entre julho e agosto, variação considerada normal para o período.

Participação dos EUA nas exportações brasileiras

O impacto limitado sobre o total exportado se deve ao fato de que os EUA representam apenas 7% das vendas globais do agro brasileiro. Em 2024, o Brasil exportou US$ 164,3 bilhões em produtos do setor. Nesse contexto, a China recebeu 31% do total e a União Europeia, 15%. Assim, produtos florestais, café, carne bovina, suco de laranja, açúcar e etanol compuseram os principais embarques para os EUA.

Desempenho por produto

A carne bovina teve queda de 48,7% nas exportações mensais e 51,2% na comparação anual, refletindo a elevação das tarifas de 26,4% para 76,4% fora da cota. No entanto, o volume acumulado em 2025 já supera em 14,4% o total exportado em 2024, com crescimento para destinos como México, Paraguai, Argentina e Rússia.

O setor cafeeiro também sofreu impactos. As exportações de agosto caíram 17,5% em relação a 2024 e 13% em relação a julho. Para a União Europeia, o recuo chegou a 30,3%. Ainda assim, o volume exportado globalmente até agosto somou 149,6 mil toneladas.

Entre os produtos florestais, as exportações de celulose cresceram 29% para os EUA, enquanto a madeira caiu 22%. Além disso, o setor de celulose aproveitou mercados como EAU, Egito, Índia, Argentina e Turquia, alcançando 14,9 milhões de toneladas exportadas, alta de 15,6% em relação a 2024. Por outro lado, o setor madeireiro registrou 5 milhões de toneladas exportadas, menor volume desde 2021, com quedas para China, México e Japão.

Para suco de laranja e açúcar, os efeitos das tarifas foram distintos. O suco, isento da tarifa, aumentou em 30,9% as exportações aos EUA. Em contrapartida, o açúcar, não incluído na isenção, teve queda de 92,6% na comparação anual e 79,5% na mensal.

Perspectivas futuras

Portanto, os efeitos das tarifas americanas sobre o agro brasileiro foram heterogêneos. No panorama geral, as exportações cresceram 0,02% entre janeiro e agosto de 2025 em relação a 2024, totalizando US$ 111,7 bilhões. Entretanto, empresas com foco no mercado norte-americano sofreram impactos financeiros significativos. Nesse sentido, acompanhar os dados de exportações será essencial para orientar ações públicas e privadas.

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Editor RuralNews
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TAGS: #Tarifas # Tarifas dos EUA
# Exportações # Carne # Café # Açúcar
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