Apesar dos custos mais altos e leve queda no preço do suíno, as exportações brasileiras de carne suína continuam em ritmo forte
A suinocultura brasileira continuou apresentando bons resultados em março, apesar do aumento nos custos de produção e da leve queda nos preços do suíno. De acordo com o relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, a cotação do animal vivo no estado de São Paulo teve uma ligeira redução de 1,4% em março, mas voltou a subir a partir da primeira quinzena de abril, alcançando R$ 8,60/kg vivo em 15 de abril, o que representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior.
Embora o preço do suíno tenha cedido em algumas regiões como Sul e MG, onde a queda foi de 3,3%, o custo da suinocultura também aumentou 1,9% nas mesmas áreas, reduzindo o spread da atividade para 22%, ante 26% no mês anterior. Apesar desses desafios, o resultado de R$ 220 por cabeça terminada ainda é considerado bastante satisfatório para os produtores.
As exportações de carne suína seguem com excelente desempenho. No primeiro trimestre de 2025, as vendas externas aumentaram 18,2%, com destaque para o crescimento de 30,4% em março, em comparação ao mesmo mês de 2024. Os principais destinos continuam sendo a Ásia, com a China mantendo a liderança, mas com destaque também para as Filipinas, que registraram um crescimento de 97% no volume de importação. Outros mercados também apresentaram números positivos, como o Japão e Vietnã, com crescimentos de 90% e 35%, respectivamente.
O relatório aponta que, apesar de um cenário global de custos de produção mais elevados, especialmente devido à alta do milho, o Brasil segue sendo altamente competitivo no mercado mundial, com a carne suína brasileira sendo a mais barata entre os exportadores globais. A previsão é que o Brasil aumente sua produção em 2,2%, atingindo 4,6 milhões de toneladas, e suas exportações em 4,5%, alcançando 1,6 milhão de toneladas, superando os recordes de 2024.
Em termos de competitividade global, o Brasil deve ampliar sua participação nas exportações mundiais de carne suína, de 15% para 16% em 2025, consolidando sua posição como um dos principais fornecedores no mercado internacional.