HOME | AGRICULTURA | Suinocultura | Publicado em 03/12/2024
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CT de Suinocultura debate alternativas para alimentação animal
Reunião apontou cereais de inverno como possível estratégia para reduzir custos de produção na atividade
As alternativas para driblar os altos custos de produção, que têm corroído a renda de produtores de suínos – em especial os independentes – foram o destaque da reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema FAEP/SENAR-PR. O encontro, realizado de forma virtual, nesta quinta-feira (16), reuniu lideranças do setor de todas as regiões do Paraná. O uso de cereais de inverno na formulação de rações e possíveis investimentos em equipamentos para o processamento desses grãos por produtores estiveram entre os destaques.
Deborah Geus, presidente da CT, demonstrou preocupação com os grandes investimentos feitos por megacorporações, que aumentam a eficiência produtiva e empurram pequenos e médios produtores para a inviabilidade. “Nós precisamos nos unir para melhorarmos nossos índices, reduzir custos e buscar alternativas para que possamos conseguir nos manter competitivos. Hoje, ou crescemos e modernizamos o negócio, ou o sistema vai tirando do mercado”, alertou.
Um dos produtores independentes presentes na reunião, Wienfried Matthias Leh, da região de Guarapuava, afirmou que, desde janeiro, o caixa tem amargado sistematicamente prejuízos. “Com essas cotações de milho e soja, o preço atual dos suínos não tem remunerado suficientemente o meu negócio. Tenho dialogado com a agroindústria para chegarmos a arranjos em relação aos custos com ração. Não sei ao certo a qual modelo vamos adotar, algo parecido com uma integração. Só sei dizer que do jeito que está não dá mais. Estou pagando para trabalhar”, revelou.
Cereais de inverno
Os participantes da reunião puderam acompanhar uma palestra do pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR) Elir de Oliveira. Entre os aspectos destacados pelo especialista está o fato de que há um potencial de 2,7 milhões hectares por ano no inverno no Paraná que fica ou sem cultivo (pousio) ou somente com plantas de cobertura sem fins comerciais. “É viável usarmos essa área para cultivo de alimentos tanto com destinação humana quanto animal”, relata.
O fato é que, historicamente, o Paraná produz milho em abundância na segunda safra, a ponto de suprir toda a demanda estadual e ainda vender para outros Estados e exportar o excedente. Ou seja, essa questão de cereais alternativos ficou mais evidente apenas neste ciclo, já que, houve uma quebra histórica do produto no Paraná e os preços também estão em patamares nunca vistos. Com isso, os agricultores têm a oportunidade de investir em outros produtos, que podem ser usados na formulação de rações, como aveia granífera, sorgo granífero, trigo mourisco, milheto granífero e triticale.
Outros assuntos
Ainda no encontro, Newton Nascentes Galvão, técnico da divisão de Sanidade dos Suínos do Departamento de Saúde Animal (DAS) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tratou da situação em relação à prevenção e controle da Peste Suína Clássica (PSC) e Peste Suína Africana (PSA). A palestra abrangeu uma explicação de como funciona o trabalho do Mapa, desde uma contextualização internacional até medidas efetivamente tomadas dentro dos Estados mais vulneráveis, onde há focos da PSC.
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