Disponibilidade maior nos EUA, incertezas sobre biocombustíveis e câmbio valorizado trazem pressão extra ao mercado da soja
A soja opera em queda na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quinta-feira (18). O contrato para novembro trabalha a US$ 10,40 por bushel, recuo de 3 pontos, após perdas de 6 cents na sessão anterior. Segundo análise da Granoeste Corretora de Cereais, o mercado segue pressionado pelo avanço da colheita nos Estados Unidos, pela ausência de novas compras chinesas e pela indefinição em torno dos programas de biocombustíveis.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED) reduziu as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4,0% e 4,25%. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15%. A diferença elevada deve atrair capital externo e sustentar a valorização do real, o que pressiona ainda mais a formação do preço doméstico da soja.
O mercado também aguarda novidades das negociações comerciais entre China e EUA. Os presidentes dos dois países têm uma conversa telefônica prevista para esta sexta-feira (19), fato que pode mexer com o ritmo das compras.
O clima no Meio-Oeste americano, que vinha seco na primeira quinzena de setembro, começa a registrar chuvas mais intensas. A mudança beneficia as lavouras mais tardias, mas atrapalha o andamento da colheita.
No Brasil, os prêmios nos portos variam entre 170 e 185 pontos no mercado spot e entre 165 e 180 para novembro. Além das perdas em Chicago, a queda do dólar limita os preços internos. No oeste do Paraná, as indicações de compra ficam entre R$ 131,00 e R$ 133,00, enquanto em Paranaguá giram entre R$ 141,00 e R$ 143,00, dependendo do prazo de pagamento e do período de embarque.