CNA defende eficiência no seguro rural em seminário em SP e propõe soluções para ampliar cobertura e reduzir riscos aos produtores
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na sexta-feira (19), do Seminário Técnico Nacional sobre “Gestão de riscos agropecuários e seguros paramétricos”, em São Paulo. A entidade organizou o encontro junto com a Sociedade Rural Brasileira (SRB), FGV Agro, OCB, CNSeg e Fenseg.
O evento reuniu especialistas e lideranças do agro para discutir alternativas que tragam mais segurança e sustentabilidade à produção rural. O assessor técnico da CNA, Guilherme Rios, representou a entidade em um dos painéis. Ele reforçou a importância de alinhar políticas públicas de crédito e seguro rural à realidade dos produtores. Além disso, destacou o endividamento crescente no campo.
Rios explicou que os desafios atuais não decorrem apenas de eventos climáticos. Eles também resultam de falhas históricas no apoio ao produtor. “O que vivemos hoje é consequência da ausência de políticas adequadas no passado, somada aos impactos do clima e às distorções de mercado”, disse.
Segundo Rios, os programas de seguro precisam atuar de forma complementar. Ele defendeu maior eficiência no Proagro e apontou que o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) deve atender públicos específicos. Além disso, afirmou que o Proagro deve focar em atividades de menor importância econômica.
Rios lembrou que, no orçamento de 2025, o governo destinou R$ 1,06 bilhão ao PSR. No entanto, cerca de 42% desse valor permanece contingenciado. Até 16 de setembro, a cobertura chegava a 2,19 milhões de hectares. A estimativa, contudo, é alcançar 4 milhões até o fim do ciclo. Para 2026, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê R$ 1,09 bilhão para o PSR e R$ 6,61 bilhões para o Proagro. Dessa forma, a distribuição continua desigual.
Entre as soluções, Rios defendeu o fortalecimento do Zoneamento Agrícola de Risco Climático – Níveis de Manejo (ZarcNM). Ele também propôs melhorias na aplicação dos recursos do Proagro e do PSR. Além disso, considerou essencial incentivar o uso de instrumentos de hedge para reduzir riscos de mercado e criar bonificações para os produtores que contratam seguro.
O assessor ainda citou o Projeto de Lei nº 2951/2024, da senadora Tereza Cristina, que propõe a modernização do seguro rural. Para ele, essa proposta representa uma oportunidade de avanço.
“Temos um longo trabalho pela frente. No entanto, acredito que essas iniciativas vão nos guiar para o que precisa ser feito”, concluiu.