Milho e soja impulsionam a safra de grãos 2024/25, que alcança recorde histórico no país
A safra de grãos 2024/25 deve bater recorde, com produção estimada em 345,2 milhões de toneladas, segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Assim, o volume é 47,7 milhões de toneladas superior ao ciclo 2023/24.
O aumento reflete tanto a expansão da área cultivada, estimada em 81,9 milhões de hectares, quanto a recuperação da produtividade média nacional. Esta passou de 3.722 quilos por hectare para 4.214 quilos nesta temporada.
O milho e a soja juntos contribuem com cerca de 43,4 milhões de toneladas para o crescimento da safra. A produção de milho deve atingir 137 milhões de toneladas. Além disso, a segunda safra deve chegar a 109,6 milhões de toneladas. A colheita da segunda safra já alcançou 83,7% da área plantada, próxima à média histórica de 84,3%.
Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a expectativa é colher 53,55 milhões de toneladas. Isso representa 49% da produção de segunda safra do país.
A soja tem produção estimada em 169,7 milhões de toneladas, 14,8% acima do ciclo anterior. Os investimentos via Plano Safra, aliados às boas condições climáticas, justificam o aumento da produtividade e o recorde da oleaginosa.
O arroz deve alcançar 12,3 milhões de toneladas, alta de 1,7 milhão em relação à safra anterior. Isso se deve à expansão da área semeada e ao clima favorável, especialmente no Rio Grande do Sul.
O algodão da segunda safra deve atingir 3,9 milhões de toneladas de pluma. O aumento de 7,3% na área cultivada e a produtividade média elevada explicam a alta de 6,3%. No entanto, chuvas e frio atrasaram a colheita, que deve se normalizar até setembro.
Por outro lado, a produção de feijão deve cair 3,5%, somando 3,1 milhões de toneladas. Condições climáticas desfavoráveis no Paraná afetaram rendimento e qualidade nas segunda e terceira safras.
Entre as culturas de inverno, o trigo deve se manter estável, com produção estimada em 7,81 milhões de toneladas. Isso ocorre mesmo com redução de 16,7% na área semeada, graças às melhores condições climáticas que no ciclo anterior.
A Conab projeta maior disponibilidade de milho na segunda safra. Além disso, as exportações devem crescer para 40 milhões de toneladas, frente às 38,5 milhões do ciclo 2023/24. O consumo interno deve ultrapassar 90 milhões de toneladas. Assim, a produção recorde também permite recompor o estoque de passagem, estimado em 10,3 milhões de toneladas.