Plantio direto reduz efeitos da estiagem nas lavouras do oeste de MT
Aprosoja MT acompanha produtores de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis e mostra como o plantio direto ajudou a minimizar os impactos da falta de chuva no início da safra 2025/26
Produtores relatam que o plantio direto ajudou a superar a estiagem inicial e manter boa expectativa para a safra 2025/26. Foto: Bruno Lopes / Aprosoja MT
A safra 2025/26 segue acompanhada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), que percorreu novas regiões do estado para avaliar o andamento do plantio. Em Tangará da Serra, produtores relatam que o avanço da semeadura só ocorreu de forma mais consistente após a segunda quinzena de outubro, quando as chuvas retornaram com maior regularidade. Mesmo assim, práticas como o plantio direto minimizaram os prejuízos decorrentes da estiagem inicial.
O produtor Geraldo Cesar Preto destacou que muitos agricultores que iniciaram o plantio ainda em setembro sentiram os efeitos da falta de precipitação. Apesar disso, áreas manejadas com palhada de milho e braquiária apresentaram melhor desempenho.
“Alguns produtores perceberam que as lavouras sofreram um pouco, mas, graças ao plantio direto e à grande quantidade de matéria orgânica, as áreas conseguiram superar esse início difícil”, afirmou.
Segundo ele, o desenvolvimento das lavouras tem sido positivo. “As chuvas agora estão colaborando, mesmo que em menor volume. A expectativa é de boa produtividade. Estamos controlando as ervas daninhas e iniciando as aplicações de fungicidas. A colheita, porém, vai depender da continuidade do clima favorável”, avaliou.
Região mantém expectativa positiva, mas logística preocupa
Em Campo Novo do Parecis, a delegada coordenadora da Aprosoja MT, Clarete Brolio, conversou com o produtor Alessio Martelli, que relatou variações na umidade do solo durante o plantio.
“A maior parte da área começou com boa umidade. Porém, quando as chuvas deram uma pausa, muitos precisaram interromper a semeadura antes de finalizar. No nosso caso, começamos a plantar dia 18 de setembro e concluímos em 15 de outubro, dentro do previsto”, disse Martelli.
Ele ressalta que, embora o desenvolvimento das lavouras seja animador, o período de colheita pode trazer desafios logísticos.
“Os armazéns da cidade continuam praticamente os mesmos de anos atrás. A produção cresceu graças à tecnologia, mas a capacidade de armazenagem não acompanhou. Para quem não tem estrutura própria, este ano pode ser mais difícil, pois a colheita deve ocorrer em duas etapas”, alertou.
Clarete Brolio reforçou a importância do acompanhamento da safra promovido pela Aprosoja MT. “É fundamental visualizar a realidade de outras regiões. A entidade mostra a verdade do campo, sem filtros, e isso nos ajuda muito.”
A associação segue avaliando diferentes microrregiões de Mato Grosso e ressalta que o impacto do clima tem sido bastante variável no estado.
