Mercado de soja e milho ganha fôlego com sinais de reação
Mesmo com estoques elevados nos Estados Unidos, soja e milho apresentam sinais de reação
Grãos ganham leve impulso nas bolsas internacionais após meses de preços deprimidos. Foto: Canva
A soja iniciou novembro com recuperação moderada na Bolsa de Chicago (CBOT). De acordo com o relatório Agro Mensal de Novembro, da Consultoria Agro do Itaú BBA, os preços reagiram principalmente à sinalização do USDA de menor área plantada nos Estados Unidos para 2025, o que abriu espaço para um movimento técnico de alta.
Apesar dessa reação, o cenário global continua ofertado. Os estoques americanos permanecem elevados, e o Brasil segue com colheitas expressivas, sem sinais relevantes de quebra. Assim, o mercado internacional ainda trabalha sob pressão, limitando um avanço mais consistente das cotações.
No Brasil, o clima variou bastante ao longo de outubro e início de novembro. Contudo, o plantio continua avançando dentro da normalidade. A oferta doméstica permanece forte e a comercialização segue lenta, já que muitos produtores aguardam preços mais atrativos.
As exportações brasileiras perderam ritmo com a entrada da soja americana no mercado, mas ainda mantêm competitividade diante do câmbio favorável. Enquanto isso, os prêmios nos portos continuam baixos, refletindo a grande disponibilidade global.
Preços do milho firmam no exterior, mas safra grande no Brasil limita reações
O milho também registrou um início de mês mais favorável na CBOT. A leve melhora veio do mesmo fator que impulsionou a soja: ajustes negativos na área americana para a próxima safra, sugerindo possível redução de oferta no médio prazo.
No entanto, o mercado doméstico brasileiro segue pressionado. A boa disponibilidade interna — resultado de uma safra volumosa — mantém os preços contidos nas principais praças. Além disso, a demanda para exportação diminuiu após o forte embarque observado no terceiro trimestre e com a retomada da competitividade dos EUA no mercado global.
Mesmo assim, o câmbio ainda garante algum suporte aos preços internos, especialmente nas regiões próximas dos portos. Em muitas praças do Centro-Oeste, porém, os valores seguem próximos do custo de produção.
As condições climáticas também começam a definir as expectativas para 2025. O plantio da primeira safra avança com bons índices de umidade no Sul e Sudeste. A safrinha, por sua vez, dependerá da janela de verão e do ritmo de colheita da soja, como ocorre todos os anos.
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