CNA analisa custos de produção de grãos, leite, ovos e cana em quatro estados com dados do projeto Campo Futuro
Nesta semana, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou os painéis do projeto Campo Futuro para analisar os custos de produção de grãos, leite, ovos e cana-de-açúcar em quatro estados brasileiros. Além disso, o levantamento envolveu produtores, técnicos e representantes de sindicatos e federações estaduais.
No Mato Grosso do Sul, em Maracaju, a soja rendeu em média 66 sacas por hectare, enquanto o milho da segunda safra alcançou 120 sacas. Já em Luís Eduardo Magalhães, Bahia, a soja produziu 68 sacas por hectare mesmo com a estiagem e os danos causados pela mosca branca. O milho verão também apresentou bom desempenho, com média de 170 sacas por hectare. Além disso, o sorgo manteve a produtividade em 80 sacas, e o milheto, nova alternativa na segunda safra, chegou a 25 sacas por hectare. Contudo, o manejo mais tecnificado do sorgo elevou os custos em cerca de 20%.
Em Itaperuna, Rio de Janeiro, uma propriedade com 23 vacas Girolando, das quais 15 estão em lactação, produz 150 litros de leite por dia. A atividade leiteira responde por 84% do faturamento da propriedade, enquanto a venda de animais representa os 16% restantes. No custo operacional efetivo (COE), a alimentação do rebanho responde por 43%, seguida da mão de obra com 30% e das despesas administrativas com 13%.
A produção de ovos foi avaliada em Bastos, São Paulo, numa granja que cria e recria galinhas para produção no sistema californiano. A granja aloja 300 mil aves por ano, divididas em cinco lotes, com produção anual de 240 mil caixas com 30 dúzias. A ração é o principal custo, representando cerca de 60% do COE.
Em São Manuel, São Paulo, a análise considerou uma propriedade de 100 hectares com cinco cortes por safra. A produtividade estimada para 2025/2026 é de 80 toneladas por hectare, com 135 quilos de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada. O plantio ocorre de forma manual. A receita cobre os custos operacionais efetivos e totais, mas há prejuízo quando se inclui a remuneração do capital e da terra. Insumos e maquinário representam 41% e 40% do custo total, respectivamente, com fertilizantes (42%) e corretivos (19%) como os maiores gastos entre insumos.