O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os maiores exportadores de carne bovina do mundo. O país vendeu mais de 2,2 milhões de toneladas do alimento só em 2020, o que corresponde a uma parcela de 14,4% do mercado internacional. Os dados são da plataforma FAOSTAT, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para chegar a esse patamar de exportações foram necessários grandes avanços nos setores rurais e industriais ao longo do tempo, com investimentos da alimentação dos animais à cadeia logística. O médico veterinário da Quimtia, Rafael Toigo, afirma que uma carne de boa qualidade para o comércio precisa de um ganho nutricional saudável durante seu desenvolvimento.
"Dependendo da localidade do gado, muda-se o método de criação. É comum que alguns locais passem por períodos de seca, ocasionando variação na quantidade disponível de pastagem e na sua qualidade, podendo levar à redução brusca de produtividade. Nesse cenário, a suplementação é um meio de reduzir os prejuízos causados pelo clima, porque auxilia os bovinos a atingirem as exigências nutricionais corretas", explica Toigo. Mesmo em locais com boa produtividade de pastagens, o acréscimo em algum nível de suplementação é recomendável, uma vez que os complementos proporcionam ganhos produtivos, pois o aproveitamento das forragens é maximizado.
Tendência mundial
O também técnico em zootecnia comenta que a criação de carne bovina somente a pasto está se tornando uma tendência mundial, mas ainda é pouco trabalhada no Brasil e é voltada a nichos específicos de mercado. "Existem muitos benefícios desse modelo de alimentação, como maior concentração de nutrientes favoráveis à saúde humana, caso das vitaminas A e E, ácido linoleico conjugado, melhor relação ômega 3 e ômega 6 e antioxidantes", explica.