Produção de búfalos deve elevar em até 50% a renda dos criadores no PR
Ações de sanidade, nutrição, genética e comercialização do IDR-Paraná impulsionam o desenvolvimento da bubalinocultura no estado
Búfalos se destacam pela rusticidade e pela produção de carne mais magra e leite mais nutritivo. Foto: Canva
Carnes mais magras e leite mais nutritivo têm impulsionado a bubalinocultura no Paraná. Atualmente, o estado possui cerca de 35 mil búfalos, sendo que 70% do rebanho está no Vale do Ribeira.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), a atividade movimentou R$ 39,1 milhões no Valor Bruto da Produção (VBP) de 2024. Desse total, R$ 27,9 milhões resultaram da comercialização de animais de corte, enquanto R$ 11,2 milhões vieram do leite de búfala.
Encontro para fortalecer a cadeia produtiva
Com o objetivo de ampliar o desenvolvimento do setor, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) promoveu, em Itaperuçu, o III Encontro Regional de Produtores de Búfalo do Vale do Ribeira. A iniciativa reuniu 126 criadores e contou com o apoio da prefeitura local e da Associação dos Produtores de Leite de Búfala de Campo Largo e Vale do Ribeira (AproleVale).
O IDR-Paraná atua em quatro frentes consideradas essenciais para o avanço da atividade: sanidade, nutrição, genética e comercialização. Conforme o assessor regional de extensão, Juliano de Lima Souza, a expectativa é que, com o trabalho integrado nesses eixos, a rentabilidade dos produtores cresça até 50% até o fim de 2026. Ele destaca que a primeira ação já começou, com a realização de exames de brucelose e tuberculose nos rebanhos, uma exigência para fornecimento de leite a laticínios.
Rusticidade, valor agregado e novas oportunidades
A bubalinocultura ganha espaço devido à rusticidade dos animais, que suportam bem diferentes tipos de solo e apresentam maior resistência a doenças. Além disso, oferece produtos de alto valor agregado.
“A carne de búfalo é uma proteína nobre, com baixo teor de gordura. Já o leite é mais nutritivo e mais digestivo do que o de vaca, sendo essencial para queijos como a muçarela de búfala”, explica Juliano.
O produtor Wellington Vinícius Paris, de Itaperuçu, deixou o gado Nelore para investir na bubalinocultura e afirma estar satisfeito com os resultados. “Eu não imaginava que um bufálo fosse mais dócil do que o bovino, mas realmente é. Além disso, a produção de leite tem sido maior, o que nos motivou ainda mais a continuar no setor”, relata.
Ele possui cerca de 50 animais e participou pela primeira vez do evento. De acordo com o criador, a troca de experiências tem contribuído para melhorar o manejo da propriedade.
“No encontro, aprendemos sobre boas práticas, pastagens, sustentabilidade e ampliamos nossa rede de contatos. E mesmo fora do evento, o IDR-Paraná segue acompanhando de perto os produtores”, destaca.
