Com a retomada de ritmo nos negócios, final de férias ou recessos e maior inserção de recursos financeiros no mercado, o mercado bovino começou o ano mesmo na última segunda-feira, dia 8 de janeiro.Segundo o especialista Fabiano Reis, a expectativa em torno dos preços em janeiro não muda, com um mês de estabilidade no Brasil. Porém, ele destaca qe a semana começou com uma estimativa interessante de uma importante consultoria que prevê aumento de demanda interna. Esse aumento seria resultado da melhora na economia nacional – com o crescimento do PIB, redução do endividamento dos brasileiros e controle da inflação, os dados são da SP.
Fabiano destaca que um aspecto importante no cenário nacional brasileiro de oferta de animais prontos para o abate é que muitos estados produtores têm dificuldade de pastagem ou, pelo menos, parte relevante das localidades. "O fator é resultado da estiagem que castigou lavouras de soja, pastos e outras culturas. Elemento relevante, é após a estiagem ainda existir nestas localidades regime de chuvas irregular, o que não permite um maior volume de oferta de animais no Brasil. Em linhas gerais, a média de escala da indústria frigorífica brasileira começou a semana com sete dias de abates contratados", salienta.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) trouxe uma informação muito importante para a pecuária bovina de corte: o setor fechou as exportações em 2023 com embarques de 2.006.444 toneladas de carne bovina. Fabiano salienta que trata-se do maior volume da história, com alta de 0,8% frente ao volume exportado em 2022. "O principal destino foi a China com 1.196.152 toneladas, participação de 59,6% do total, mas um recuo de 3,4% frente ao ano de 2022. Em sequência, os principais destinos foram o Chile com 99.266 toneladas, os Estados Unidos com 97.717 toneladas e Emirados Árabes com 75.137 toneladas", informa.
Mesmo assim, apesar do volume da tonelada embarcada pela indústria frigorífica exportadora ter alta geral de 0,8%, o valor da tonelada da carne bovina recuou 20,1% em 2023, frente ao ano anterior, ficando em US$ 4.734,9. A receita total com embarques caiu 23,95% ficando em US$ 10.455 bilhões. O cenário foi mostrado a cada mês no último ano, valores mais baixos pela tonelada quando comparado a anos recentes. O principal peso para a queda, foram as repactuações com a China que reduziram o ágio da carne bovina, com posterior pressão de preços.