Brasil envia 40 mil doses de sêmen de Gir à Índia, o berço da raça

Cooperativa indiana investe na produção de leite com melhoramento genético brasileiro

Publicado em 01/02/2024

Uma empresa de Uberaba (MG) enviou à Índia, nesta semana, uma carga de 40 mil doses de sêmen de touros da raça Gir Leiteiro, na maior negociação do tipo entre os dois países. As doses foram adquiridas pela National Dairy Development Board, uma cooperativa estatal indiana que responde pela marca Mother Dairy.

O sêmen é de touros como Espetáculo FIV, propriedade da Tropical Genética; Haroldo FIV da Genipapo, do criador Paulo Roberto de Andrade Cunha; Ivã FIV de Brasília, originário da Fazenda Brasília e propriedade do produtor Luiz Eduardo Branquinho, da Estância K, e da Alta Genetics do Brasil; e Trovão FIV S. Edwiges, do criador José Maria de Souza e propriedade da Alta Genetics do Brasil.
Animais cruzados no Brasil são líderes em produção de leite. Foto: Agência Brasil
Animais cruzados no Brasil são líderes em produção de leite. Foto: Agência Brasil

A raça, que é originária da Índia, passou por evolução genética no Brasil a partir das primeiras importações de touros indianos, no início do século passado. Hoje é considerada uma das mais produtivas, resistentes e adaptadas a ambientes rústicos.
“A Índia, berço mundial do Zebu, é a origem das raças que respondem por uma grande parte da produção de carne e leite no Brasil – alimentos de extrema importância para a população e para a economia. Desta forma, poder contribuir para o progresso genético do rebanho indiano representa não só uma grande oportunidade comercial e de estreitamento de relações internacionais, mas também uma forma de retribuir um pouco da generosidade do país que viabilizou a pecuária zebuína no Brasil”, comemora o Presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), Gabriel Garcia Cid.

“É o resultado de um projeto que vem sendo discutido com a Índia há quase quatro anos. Embora tenha sido um processo desafiador, tivemos êxito nas negociações e concretizamos a exportação”, disse Angelo de Queiroz Maurício, adido agrícola do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) na Índia.
Para Heverardo Carvalho, diretor da Alta Brasil, o momento também é de comemoração. “Acabamos de abrir um grande caminho para a pecuária brasileira”, avalia. “O criador brasileiro está de parabéns por ter realizado um melhoramento genético tão significativo nas raças zebuínas – de tal sorte que o país mãe dessa genética nos procura, agora, para melhorar o seu próprio rebanho. Sem estes grandes criadores, não haveria exportação”, ressalta.

Gigante

A Índia lidera o ranking global de produção de leite, respondendo por 24% do alimento produzido em nível mundial, e a importação faz parte da estratégia para aumentar ainda mais este resultado. O objetivo é que a produção de leite indiano alcance 330 milhões de toneladas por ano até 2034 – em 2023, a quantidade produzida foi de 230,6 milhões de toneladas.


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