Oferta restrita e gripe aviária elevam tensão no mercado de milho no RS
Com mais de 95% da safra já vendida e novos focos de gripe aviária, indústrias enfrentam dificuldade de acesso ao grão no estado

Foto: Canva

Com mais de 95% da safra de verão 2025 já comercializada, a oferta de milho no Rio Grande do Sul continua em queda e está cada vez mais concentrada nas mãos de produtores mais capitalizados, segundo análise da TF Agroeconômica.
Isso tem dificultado o acesso ao grão pelas indústrias locais, que já garantiram o abastecimento de maio e agora direcionam esforços para as compras de junho e julho, com expectativa de entrada da safrinha.
Ainda conforme aTF Agroeconômica, nas últimas semanas, os avanços nas negociações com cooperativas ajudaram a recompor parcialmente os estoques das indústrias de ração, o que reduziu momentaneamente a pressão sobre os preços. No entanto, o mercado permanece travado, com vendedores mantendo posições firmes e compradores menores dispostos a pagar mais para garantir produto.
O ritmo de negócios voltou a cair nos últimos dias, ampliando a sensação de escassez. Muitos armazenadores seguem cautelosos e só vendem quando há necessidade real, refletindo a resistência às atuais cotações.
Na última sexta-feira, o mercado foi impactado pela confirmação de dois focos de gripe aviária no estado — um em granja e outro em zoológico. ATF Agroeconômicaaponta que a notícia gerou receio quanto aos possíveis efeitos nas exportações, levando compradores a adotar uma postura mais conservadora.
As indicações de compra seguem firmes, com preços em R$ 66,00 em Santa Rosa e Ijuí, R$ 67,00 em Não-Me-Toque, R$ 68,00 em Marau, Gaurama e Seberi, e R$ 69,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. As pedidas dos vendedores no interior variam de R$ 65,00 a R$ 70,00 para o mês de maio, sinalizando um ambiente ainda travado e com forte resistência à queda de preços.
ATF Agroeconômicaconclui que a tensão no mercado se intensifica diante da combinação entre oferta restrita e incertezas sanitárias.
