Esta quarta-feira foi, mais uma vez, marcada por uma forte queda dos preços do milho na bolsa brasileira. O contrato de março caiu -1,44% enquanto o de maio teve queda maior, de -3,51%. Nos últimos 5 dias, os contratos para maio acumularam queda de R$ 8,51/sc.Este movimento negativo tem raízes na fraca competitividade do mercado brasileiro na exportação, que vinha trabalhando com preços superiores à paridade de exportação em cerca de R$10/sc, com os atuais reajustes, os preços de bolsa passam a ser mais fidedignos.Enquanto isso, os preços praticados no mercado interno de milho físico seguem descolados, trabalhando bem acima dos preços de paridade de exportação. E caso não haja absorção do mercado interno, os preços podem ceder também no balcão.Na CBOT, viu-se uma tentativa de recuperação nas cotações do complexo da soja, especialmente para o farelo e o grão. Porém, durante o pregão, o ímpeto comprador foi perdendo força devido a uma apreciação do dólar contra as principais moedas no mundo, reforçando a dificuldade dos EUA em se tornar mais competitivo e com isso boa parte da alta do dia desvaneceu.Com isso o farelo fechou com uma alta de +0,80%, o grão com alta de +0,39% e o óleo em queda de -0,75%.Para o milho, houve alta substancial, fechando na máxima do dia com +1,22%. Essa alta está condicionada à expectativa de que os números de exportação dessa semana venham mais fortes, uma vez que os preços do milho estavam nas mínimas dos últimos 3 anos e isso pode ter ajudado a aumentar o volume das vendas.Caso os números que serão publicados amanhã, não venham tão bons quanto o esperado, essa apreciação de hoje poderá ser completamente apagada!E o trigo segue em sua novela, condicionada aos fatores macroeconômicos. Ontem, o cereal subiu em meio a preocupações com a manutenção do corredor de escoamento de grãos da Ucrânia. E hoje caiu em meio a ofertas na Rússia e a uma perspectiva de um clima favorável ao desenvolvimento das lavouras.Para os ativos de risco, hoje foi um pregão majoritariamente negativo ao redor do globo. Em meio a novos desdobramentos da crise do setor imobiliário chinês, Shanghai caiu -1,91% e Hang Seng caiu -1,44%. Na Europa o principal índice acionário fechou estável e o destaque de queda ficou com a bolsa Londrina, caindo -0,74%. Nos Estados Unidos, apesar da publicação do PIB que seria mais favorável ao otimismo por lá, tivemos um dia de queda para o SP 500 de -0,16% e de -0,50% para a Nadaq.Aparentemente o tom de cautela se sobrepôs à publicação do PIB. Essa cautela dos mercados por lá se dá ao fato de que amanhã teremos a publicação do principal dado econômico do mês, a leitura da inflação mensal nos EUA, que promete trazer grande volatilidade para as bolsas.No mercado inteiro, a bolsa brasileira sucumbiu, caindo -1,14%. A queda no principal índice acionário se intensificou atrelada à queda de -5% da Petrobras. Hoje, as ações caem, após o seu presidente, Jean Paul Prates, anunciar que a empresa deve ser mais cautelosa quanto aos seus dividendos, sugerindo que o pagamento da participação dos lucros da empresa aos acionistas deve diminuir.