Produção de etanol de milho avança e pressiona biomassa
Com a produção de etanol de milho em expansão no Brasil, a disputa por biomassa ganha força e se torna um desafio estratégico para a competitividade das usinas
Usina de etanol de milho amplia produção, enquanto a demanda por biomassa pressiona a matriz energética do setor. Foto: CNA / Divulgação
A produção de etanol de milho segue em forte expansão no Brasil. Até o fim de 2025, o volume deve alcançar 10 bilhões de litros, segundo dados do setor. Esse avanço, porém, traz novos desafios à operação das usinas.
Com o crescimento acelerado, a garantia de energia térmica confiável ganhou centralidade. O vapor sustenta etapas críticas do processo industrial. Assim, qualquer falha no suprimento afeta custos e produtividade.
Além disso, a previsibilidade no acesso à biomassa passou a influenciar decisões de investimento. O tema deixou de ser secundário e passou a definir a competitividade dos projetos. A ComBio, acompanha de perto essa mudança no perfil de risco do setor.
Disputa por biomassa ganha intensidade
A demanda por biomassa já pressiona regiões do Centro-Oeste. Projetos de etanol, fertilizantes, processamento de grãos e madeira passaram a disputar o mesmo insumo.
Em algumas áreas, o mercado observa risco de estreitamento da oferta. Em períodos de alta demanda, a escassez pode comprometer o funcionamento das plantas industriais.
Nesse contexto, a energia térmica se tornou um ponto sensível. Ela responde por parcela relevante do custo operacional. Portanto, oscilações de preço ou fornecimento impactam diretamente as margens.
Como resultado, o setor discute soluções para reduzir riscos. A flexibilidade no uso de diferentes biomassas surge como alternativa para garantir continuidade operacional, estratégia já adotada em modelos operacionais desenvolvidos por companhias como a ComBio.
Energia térmica entra no centro da estratégia
Projetos industriais mais recentes já consideram sistemas capazes de operar com múltiplos tipos de biomassa. A estratégia reduz a dependência de um único insumo ao longo do ano.
Ao mesmo tempo, cresce a discussão sobre organização da cadeia. Uma única usina pode consumir centenas de milhares de toneladas de biomassa por ano. Esse volume tende a aumentar com novos empreendimentos.
Diante disso, especialistas defendem contratos de longo prazo, rastreabilidade da origem do insumo e estímulo a cadeias regionais. Essas medidas podem ampliar a oferta e reduzir a volatilidade.
A pauta energética também se conecta à agenda climática. O uso de biomassa como fonte térmica contribui para a redução de emissões. Assim, reforça o posicionamento do etanol de milho como biocombustível de baixo carbono.
Com novos projetos em desenvolvimento e maior competição global, a forma como o setor lida com a matriz térmica tende a definir o ritmo de expansão. Mais do que crescer, a produção de etanol de milho precisará garantir eficiência, segurança e sustentabilidade.
