Heinze cobra suspensão de dívidas para produtores gaúchos
Parlamentar e lideranças do agro cobram resposta imediata do governo para evitar colapso nas propriedades rurais
Foto: FPA/divulgação
A crise vivida pelos produtores rurais do Rio Grande do Sul voltou ao centro das discussões em Brasília. Nesta terça-feira (15), o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), junto a representantes de entidades do agro, esteve reunido com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, cobrando medidas emergenciais para mitigar os impactos causados pelas recentes adversidades climáticas no Estado.
Durante a reunião, o governo federal indicou que a suspensão das cobranças de dívidas será analisada, mas de forma limitada e condicionada a um diagnóstico técnico mais detalhado sobre os prejuízos registrados no campo. A expectativa é que esse mapeamento envolva também representantes dos bancos, em um novo encontro a ser realizado antes da audiência com o ministro Fernando Haddad, marcada para o dia 23.
De acordo com Guilherme Mello, o plano é atuar em duas frentes: uma voltada para a prorrogação de dívidas de longo prazo e outra com foco em ações estruturantes contra eventos climáticos extremos. “As secas são cada vez mais frequentes. Precisamos de políticas consistentes para enfrentar essas situações”, afirmou.
Durante o encontro, Heinze solicitou que os pagamentos sejam imediatamente suspensos por ao menos seis meses. “A situação é dramática. Já temos relatos de suicídios. São cinco anos seguidos de prejuízos bilionários. A prioridade agora é dar fôlego aos produtores para que possamos pensar em uma solução definitiva”, disse.
Representantes das principais entidades do agro gaúcho também reforçaram o apelo. Nei Mânica, presidente da Cotrijal, alertou para o risco de colapso econômico no Estado. Para Gedeão Pereira, presidente da Farsul, o atual sistema de crédito rural está esgotado e exige uma reformulação profunda para garantir a capacidade de investimento no campo.
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS, afirmou que os recursos anunciados até o momento são insuficientes. “Não dá mais para trabalhar com medidas paliativas. Precisamos de um plano estruturado, que ataque o problema na raiz”, declarou.
O presidente da Aprosoja-RS, Ireneu Orth, reforçou a urgência nas decisões e cobrou atuação imediata do governo. Já o produtor Lucas Scheffer afirmou que, se nada for anunciado até o dia 15 de maio, o setor pode iniciar uma paralisação em todo o Estado.
