HOME | AGRICULTURA | Commodities | Publicado em 03/12/2024
O mercado iniciou o dia reagindo negativamente à possível retomada da taxação dos produtos importados pelo governo Trump, que pode reacender a guerra comercial, sobretudo com a China. Mas na parte da tarde, as commodities se recomporam.
Os contratos negociados com soja em Chicago, que iniciaram o dia operando com perdas acentuadas, de quase 20 cents, se recuperaram na parte da tarde desta quarta-feira (06/11). O dólar, que tinha disparado para R$ 5,87, caiu para R$ 5,70. E o petróleo que estava em queda livre voltou aos patamares normais. O milho e o trigo também contabilizam pequenas quedas de 1% a 0,5%.
A Bolsa americana fechou em forte alta e deve bater alta histórica nesta quarta-feira. O Bitcoin, que Trump é favorável, também está subindo.
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Segundo o analista do portal RuralNews, Camilo Motter, com a eleição de Trump a tendência é que os produtos norte-americanos percam competividade em favor de produtos brasileiros. "Com isso, deveremos assistir à valorização dos prêmios nos portos, notadamente para a safra nova", ressalta.
Marcelo Gavlik, da Getreide Investimentos, destaca que a prova de que o mercado prevê essa guerra tarifária é o aumento do óleo e farelo de soja na China, que em contrapartida cai nos EUA. "Como Donald Trump não é tão amigável aos biocombustíveis, ou seja, não vai dar incentivos para a produção ou aumentar o biodiesel na mistura do diesel, teríamos menos demanda para o óleo de soja americano", alerta.
"O Trump promete essa guerra tarifária, o que pode inibir a entrada de produtos chineses e dar uma apertada na inflação americana. Os títulos de renda fixa de longo prazo nos EUA estão subindo, precificando uma alta da inflação, que pode dificultar o corte de juros nos EUA", afirma Marcelo.
Marcelo destaca que Trump tem a chamada "super maioria" para governar, controlando o Senado e o Congresso. "O último presidente americano que obteve isso foi Obama. E isso vai facilitar muito para que ele imponha sua agenda econômica", afirma Marcelo, salientando que Trump faz questão de deixar claro que vai ser America First, bom para os EUA independentemente de ser ruim para o resto do mundo.
O mercado deve trabalhar com muita volatilidade podendo ter uma forte alta nestes primeiros pregões pós-eleição e depois se acalmando, como já vimos no pregão de hoje", afirma Marcelo. "Foi assim no Brasil com a eleição de Lula: o dólar abriu estourando, caiu, derreteu e foi lá pra baixo, afundando mais de 20 centavos no primeiro pregão pós segundo turno.
O USDA vai apresentar nesta sexta-feira (08/11) o relatório de oferta e demanda relativo a novembro. O mercado espera um pequeno corte na estimativa de produção dos EUA, para 124,0MT, ante 124,7MT do mês passado. Os estoques são esperados nos mesmos níveis, em 15,0MT. Na última temporada, a produção ficou em 113,3MT, com estoques finais de 9,3MT.
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Após susto inicial, bolsas e commodities se recompõem ao efeito Trump
Commodities se recuperaram nesta tarde de quarta-feira, com petróleo voltando aos patamares normais e dólar voltando para a faixa dos R$ 5,70
Os contratos negociados com soja em Chicago, que iniciaram o dia operando com perdas acentuadas, de quase 20 cents, se recuperaram na parte da tarde desta quarta-feira (06/11). O dólar, que tinha disparado para R$ 5,87, caiu para R$ 5,70. E o petróleo que estava em queda livre voltou aos patamares normais. O milho e o trigo também contabilizam pequenas quedas de 1% a 0,5%.
A Bolsa americana fechou em forte alta e deve bater alta histórica nesta quarta-feira. O Bitcoin, que Trump é favorável, também está subindo.
Segundo o analista do portal RuralNews, Camilo Motter, com a eleição de Trump a tendência é que os produtos norte-americanos percam competividade em favor de produtos brasileiros. "Com isso, deveremos assistir à valorização dos prêmios nos portos, notadamente para a safra nova", ressalta.
Marcelo Gavlik, da Getreide Investimentos, destaca que a prova de que o mercado prevê essa guerra tarifária é o aumento do óleo e farelo de soja na China, que em contrapartida cai nos EUA. "Como Donald Trump não é tão amigável aos biocombustíveis, ou seja, não vai dar incentivos para a produção ou aumentar o biodiesel na mistura do diesel, teríamos menos demanda para o óleo de soja americano", alerta.
A Bolsa americana fechou em forte alta e deve bater alta histórica nesta quarta-feira
"O Trump promete essa guerra tarifária, o que pode inibir a entrada de produtos chineses e dar uma apertada na inflação americana. Os títulos de renda fixa de longo prazo nos EUA estão subindo, precificando uma alta da inflação, que pode dificultar o corte de juros nos EUA", afirma Marcelo.
Marcelo destaca que Trump tem a chamada "super maioria" para governar, controlando o Senado e o Congresso. "O último presidente americano que obteve isso foi Obama. E isso vai facilitar muito para que ele imponha sua agenda econômica", afirma Marcelo, salientando que Trump faz questão de deixar claro que vai ser America First, bom para os EUA independentemente de ser ruim para o resto do mundo.
O mercado deve trabalhar com muita volatilidade podendo ter uma forte alta nestes primeiros pregões pós-eleição e depois se acalmando, como já vimos no pregão de hoje", afirma Marcelo. "Foi assim no Brasil com a eleição de Lula: o dólar abriu estourando, caiu, derreteu e foi lá pra baixo, afundando mais de 20 centavos no primeiro pregão pós segundo turno.
O USDA vai apresentar nesta sexta-feira (08/11) o relatório de oferta e demanda relativo a novembro. O mercado espera um pequeno corte na estimativa de produção dos EUA, para 124,0MT, ante 124,7MT do mês passado. Os estoques são esperados nos mesmos níveis, em 15,0MT. Na última temporada, a produção ficou em 113,3MT, com estoques finais de 9,3MT.
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