Durante o pregão noturno na Bolsa de Chicago (CBOT) a soja chegou a recuar 20 cents por bushel refletindo o estresse dos mercados, porém o movimento de baixa intensa não durou muito e os preços foram se recuperando ao longo da sessão e a soja encerrou em alta de +0,30%, subindo 2 centavos por bushel a U$10,04.
A recuperação do grão foi ancorada na forte alta do futuro de óleo de soja, que assim como as demais commodities operava no negativo durante o pregão noturno, após a reabertura do pregão regular os futuros do óleo engataram uma boa alta e encerram o pregão com valorização de +3,20%.
O mercado tenta entender como serão os próximos anos, com isso os fundamentos que mexem com esse mercado no momento são a redução da oferta de óleos vegetais em várias praças pelo mundo e a possibilidade do presidente eleito, Donald Trump, taxar produtos que substitutos ao óleo de soja, como é o caso do óleo de cozinha reutilizado que vem em grandes da China.
O chamado UCO, vinha sendo muito utilizado na composição do biodiesel americano e caso tenha suas taxações elevadas, perderá muito da sua vantagem competitiva ante o óleo de soja, o que por fim tende a aumentar o consumo interno nos EUA e puxa os preços do derivado para cima.
No complexo da soja apenas o farelo não conseguiu fechar no positivo, apesar de também ter se recuperado a longo do pregão regular, o contrato encerrou com uma queda de -0,27%, U$5,60 por tonelada curta acima da mínima do dia.
O milho na CBOT que também negociava no negativo durante a madrugada, teve forte valorização no pregão regular e encerrou com alta de +1,91%, cotado a U$4,28/bushel. Essa forte alta ajudou a trazer os preços do trigo para o positivo, porém com menor intensidade, hoje o trigo encerrou com ganhos de +0,31%.
Além da alta volatilidade nos grãos, o dólar foi outro ativo que oscilou muito, o índice DXY que mede a variação do dólar contra uma cesta das principais moedas registrou alta de 1,58%. Contra o real o dólar chegou a ter uma valorização de mais de 1,50% no começo do dia, porém a alta não se sustentou e no momento o dólar cai -1,20% contra o real. Enfim, a volatilidade prometida foi cumprida.
No Brasil o milho futuro na B3 teve valorização de +0,47%, cotado a R$72,49, no contrato de novembro e alta de +0,42%, cotado a R$75,67. A alta em Chicago acabou compensando a desvalorização cambial. O preço no físico na região de Campinas se mantém firme e vendedores dão preferência por negociar no mercado interno.
Macroeconomia
Donald Trump é reeleito e conquista a maioria no Senado e na Câmara dos Deputados. Esse cenário facilita e muito para que as estratégias desenvolvidas por ele sejam tomadas a cabo e o principal item de suas promessas de campanha está relacionado ao aumento de tarifas sobre produtos importados.
Nos EUA a reação das bolsas foi muito positiva, levando o SP 500 e a NASDAQ a renovarem suas máximas históricas. Porém para outros países que tendem a ser impactado pelas novas políticas a reação foi negativa, como foi o caso das bolsas na Europa e da bolsa de Hong Kong, levando-as a encerrar no negativo.
Principais Variações:
ÁSIA/PACÍFICO:HONG KONG: -2,23% JAPÃO: +2,16%
EUROPA:ESPANHA: -2,93%
EUA:SP500: +2,37% / NASDAQ: +2,79%
BRASIL: -0,18%.