Cana-de-açúcar
02-05-2024 | 6:34:00
Por: Redação RuralNews
Segundo a analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Laleska Moda, de fato, muitas usinas já haviam produzido uma quantidade maior de melaço pesado (tipo B) em antecipação ao programa de etanol e agora poderão usar seus estoques para o combustível.
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“Com esse volume adicional, o desvio de açúcar passará de 1,7Mt para 2,5Mt nesta safra, com a disponibilidade total de açúcar prevista para mudar de 31,85Mt para 31,06Mt. Apesar dessa diminuição, os estoques da Índia ainda chegarão perto de 6Mt em 23/24, cenário que poderia apoiar um aumento nas exportações - o governo recentemente permitiu a exportação de 64,5kt para as Maldivas!”, ressalta.
As perspectivas para a safra indiana de 24/25 também são mais favoráveis em termos de clima e podem aumentar a disponibilidade do adoçante. A mudança prevista de El Niño para La Niña tende a favorecer o período das monções no país, beneficiando a produção de cana. O Departamento Meteorológico Indiano (IMD) prevê igualmente que a estação das monções finalize acima dos níveis médios em 2024.
“Com isto, estimamos também um aumento da disponibilidade de açúcar em 24/25. Como resultado, o governo indiano poderia permitir um maior desvio de açúcar para a produção de etanol. A questão é: o que a Índia vai priorizar?”, indaga.
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Ainda assim, considerando a possibilidade de o governo indiano retomar sua meta inicial de mistura (20%) e, portanto, o desvio de aproximadamente 5,5Mt de açúcar em 24/25, o país ainda alcançaria 31,35Mt do adoçante na próxima safra, com estoques finais estimados em 6,5Mt.
“Nesse sentido, mesmo que o governo indiano aumente o desvio de açúcar para seu programa de etanol, a perspectiva para 24/25 é mais otimista. O mesmo vale para outros países e regiões do Hemisfério Norte, com expectativa de recuperação na União Europeia, Tailândia e América Central. Como resultado, o mercado começou a reagir com o contrato de agosto do açúcar branco mostrando fraqueza”, explica.
E prossegue: “Para o açúcar bruto, espera-se também uma oferta abundante. Embora seja consensual que a temporada brasileira de 24/25 será inferior à de 23/24 - uma colheita recorde -, principalmente devido às piores condições climatéricas no final de 2023, podemos ainda esperar uma elevada produção de açúcar”.
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Com os preços mais favoráveis do adoçante, as usinas investiram no processo de cristalização e na maximização do mix de açúcar, o que deve permitir mais um ano de alta disponibilidade, mesmo com um volume de matéria-prima mais baixa.
Neste sentido, na quinta-feira (25), a Conab apontou em seu relatório da safra 24/25 no Brasil, um aumento de 4,1% em área, e produção de 42,7Mt de açúcar, mesmo com redução de produtividade.
“Nossas projeções são um pouco mais "pessimistas", com a produção do adoçante chegando a 41,8Mt em 24/25”, destaca.
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“Na sexta-feira (26), o primeiro olhar da Unica sobre a safra 24/25 também adicionou aos baixistas: o grupo informou que a moagem de cana do Centro-Sul totalizou 15,81Mt na primeira quinzena de abril, com uma produção de açúcar de 710kt, um aumento de 30,97% ano-a-ano!”, observa.
Dado o bom início da safra brasileira e a expetativa de uma oferta mais confortável nos próximos meses, os preços permaneceram, em geral, em baixa, com o contrato de Julho continuando abaixo de 20 centavos de dólar por libra-peso.
Poderemos ver uma pequena reação apenas no curto prazo, devido ao vencimento do contrato de maio nesta terça-feira (30). A expiração provavelmente mudará o foco do mercado nos próximos dias, permitindo uma recuperação momentânea, especialmente com a expetativa de entrega de cerca de 1Mt contra o contrato.
Em resumo, as perspectivas para a temporada de açúcar de 24/25 continuam a ser bastante pessimistas. Embora a recente permissão da Índia para um maior desvio de açúcar para o programa de etanol tenda a reduzir a disponibilidade, os melhores padrões climáticos esperados e a maior produção em outros países do Hemisfério Norte podem levar a fluxos comerciais dos brancos à níveis mais confortáveis nos próximos meses. Para os brutos, os dados de 24/25 do Brasil divulgados pela Unica apoiam a percepção de outra grande produção de açúcar durante a temporada, aumentando a tendência de baixa.
Boa safra brasileira de cana de açúcar aumenta pressão baixista
Segundo a Hedgepoint Global Markets, a Índia permitiu que 800kt extras de açúcar fossem desviados para a produção de etanol na safra 23/24, com a expectativa de que um total de 2,5Mt seja usado no programa de etanol
Por: Redação RuralNews
Segundo a analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Laleska Moda, de fato, muitas usinas já haviam produzido uma quantidade maior de melaço pesado (tipo B) em antecipação ao programa de etanol e agora poderão usar seus estoques para o combustível.
“Com esse volume adicional, o desvio de açúcar passará de 1,7Mt para 2,5Mt nesta safra, com a disponibilidade total de açúcar prevista para mudar de 31,85Mt para 31,06Mt. Apesar dessa diminuição, os estoques da Índia ainda chegarão perto de 6Mt em 23/24, cenário que poderia apoiar um aumento nas exportações - o governo recentemente permitiu a exportação de 64,5kt para as Maldivas!”, ressalta.
As perspectivas para a safra indiana de 24/25 também são mais favoráveis em termos de clima e podem aumentar a disponibilidade do adoçante. A mudança prevista de El Niño para La Niña tende a favorecer o período das monções no país, beneficiando a produção de cana. O Departamento Meteorológico Indiano (IMD) prevê igualmente que a estação das monções finalize acima dos níveis médios em 2024.
“Com isto, estimamos também um aumento da disponibilidade de açúcar em 24/25. Como resultado, o governo indiano poderia permitir um maior desvio de açúcar para a produção de etanol. A questão é: o que a Índia vai priorizar?”, indaga.
“Nesse sentido, mesmo que o governo indiano aumente o desvio de açúcar para seu programa de etanol, a perspectiva para 24/25 é mais otimista. O mesmo vale para outros países e regiões do Hemisfério Norte, com expectativa de recuperação na União Europeia, Tailândia e América Central. Como resultado, o mercado começou a reagir com o contrato de agosto do açúcar branco mostrando fraqueza”, explica.
E prossegue: “Para o açúcar bruto, espera-se também uma oferta abundante. Embora seja consensual que a temporada brasileira de 24/25 será inferior à de 23/24 - uma colheita recorde -, principalmente devido às piores condições climatéricas no final de 2023, podemos ainda esperar uma elevada produção de açúcar”.
Neste sentido, na quinta-feira (25), a Conab apontou em seu relatório da safra 24/25 no Brasil, um aumento de 4,1% em área, e produção de 42,7Mt de açúcar, mesmo com redução de produtividade.
“Nossas projeções são um pouco mais "pessimistas", com a produção do adoçante chegando a 41,8Mt em 24/25”, destaca.
Dado o bom início da safra brasileira e a expetativa de uma oferta mais confortável nos próximos meses, os preços permaneceram, em geral, em baixa, com o contrato de Julho continuando abaixo de 20 centavos de dólar por libra-peso.
Poderemos ver uma pequena reação apenas no curto prazo, devido ao vencimento do contrato de maio nesta terça-feira (30). A expiração provavelmente mudará o foco do mercado nos próximos dias, permitindo uma recuperação momentânea, especialmente com a expetativa de entrega de cerca de 1Mt contra o contrato.
Em resumo, as perspectivas para a temporada de açúcar de 24/25 continuam a ser bastante pessimistas. Embora a recente permissão da Índia para um maior desvio de açúcar para o programa de etanol tenda a reduzir a disponibilidade, os melhores padrões climáticos esperados e a maior produção em outros países do Hemisfério Norte podem levar a fluxos comerciais dos brancos à níveis mais confortáveis nos próximos meses. Para os brutos, os dados de 24/25 do Brasil divulgados pela Unica apoiam a percepção de outra grande produção de açúcar durante a temporada, aumentando a tendência de baixa.