Volatilidade no câmbio, queda nas cotações e aproximação da colheita de robusta pressionam o mercado
As cotações do café estão sendo impactadas por incertezas relacionadas aos efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos no comércio global.
De acordo com pesquisadores do Cepea, esse cenário tem afastado agentes de mercados mais arriscados, o que influencia diretamente o câmbio e pressiona os valores do grão nas Bolsas. A proximidade da colheita do café robusta no Brasil também intensifica essa pressão sobre os preços.
Somente nos primeiros sete dias de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, recuou 360,59 Reais por saca de 60 kg (queda de 7,7%), com a semana se iniciando com a média de R$ 1.586,38/saca de 60 kg – o menor valor registrado desde 18 de novembro de 2024.
Apesar do cenário desafiador, no caso do robusta, pesquisadores do Cepea avaliam que as tarifas impostas pelos EUA podem representar uma vantagem competitiva para o Brasil. Isso porque o café brasileiro será taxado em 10% nas exportações ao mercado norte-americano, enquanto concorrentes importantes, como Vietnã e Indonésia, enfrentam tarifas bem mais altas – de 46% e 32%, respectivamente.