HOME | Notícias | Café

Café enfrenta volatilidade com incertezas globais, mas preços se recuperam após postergação de tarifas

Apesar da ameaça de recessão global e oscilações nos preços, o mercado de café se estabilizou com a postergação das tarifas americanas, mas os riscos seguem elevados

Café enfrenta volatilidade com incertezas globais, mas preços se recuperam após postergação de tarifas

Apesar das oscilações e incertezas econômicas, o mercado de café se estabiliza com a postergação das tarifas e a recuperação dos preços do arábica. Foto: Canva

209
Foto do autor Redação RuralNews
22/04/2025 |

O mercado de café experimentou grande volatilidade entre março e abril de 2025, impactado por temores de uma recessão global e pelo anúncio das tarifas americanas. No entanto, a postergação das tarifas por 90 dias trouxe alívio aos preços, que voltaram a se recuperar rapidamente. O arábica, por exemplo, fechou em USD 3,76/lb em 16 de abril, com uma leve variação de -0,8% em relação a 1º de março, conforme indicam os dados do relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA.

A perspectiva de recessão global foi um fator negativo para o mercado de café, com os fundos reduzindo suas posições compradas em 12 mil contratos no início de abril. No mercado de robusta, em Londres, os preços subiram 0,6% nos últimos 45 dias, também com forte volatilidade. No entanto, o preço do conilon no Brasil caiu 14,7%, o que representou uma queda de quase R$ 500 por saca, embora os preços tenham se estabilizado recentemente, conforme relatado pela Consultoria Agro do Itaú BBA.

Publicidade
Banner publicitário

A colheita do conilon no Brasil tem avançado rapidamente e com boas perspectivas de crescimento, o que também influenciou os preços domésticos. A exportação de café em março foi de 3,3 milhões de sacas, uma queda de 25% em comparação a março de 2024. Apesar disso, as exportações ainda foram bastante significativas, considerando a safra 2024/25 estimada pelo USDA em 66,4 milhões de sacas. Esse número sugere que a safra brasileira foi maior do que a estimativa americana, a menos que as exportações no último trimestre da safra (abril a junho) caiam significativamente, o que é improvável.

O mercado de café, após a postergação das tarifas, voltou a focar nos fundamentos de oferta e demanda. No entanto, o cenário macroeconômico global continua repleto de incertezas, principalmente em relação às políticas do governo americano. O balanço global para o café em 2025/26, embora mais apertado que o ciclo atual, depende de um crescimento de consumo de 1%. Caso o consumo sofra uma redução de 2%, o superávit de 3,1 milhões de sacas pode se transformar em um excedente de 8,1 milhões de sacas, o que traria uma pressão negativa sobre os preços, segundo o relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA.

O impacto climático também tem sido relevante. A volta das chuvas na segunda quinzena de março ajudou a melhorar as condições das lavouras, mas pode ter ocorrido algum impacto irreversível nas plantações de café arábica devido à falta de chuvas durante a granação. Por outro lado, a safra de conilon apresenta perspectivas positivas, com expectativa de aumento de 12% na produção. A produção de arábica deverá cair 10%, somando 40,9 milhões de sacas.

A previsão de chuvas para os meses de maio, junho e julho pode trazer desafios para a colheita, mas, se confirmadas, evitarão os efeitos de uma seca prolongada, como a do ano anterior, criando condições melhores para a próxima florada. No entanto, o inverno no Hemisfério Sul e o fim do prazo de 90 dias para reintrodução das tarifas americanas exigem cautela nos próximos meses.

...
Editor RuralNews
Vamos deixar essa matéria mais interessante com seu ponto de vista? Faça um comentário e enriqueça esse conteúdo...

TAGS: #café # café arábica
# café robusta # colheita café #
Publicidade
Banner publicitário