Apesar de alta, incertezas sobre sustentabilidade dos preços do café crescem
Segundo Hedgepoint Globa Markets as chuvas finalmente chegaram ao Brasil e os preços recuaram dos níveis de setembro

O clima adverso em 2023 e 2024 afetou a peneira e o rendimento do processamento, levando a uma safra menor, de 63 M em 24/25

As chuvas que finalmente chegaram no Brasil e a incerteza em torno da safra brasileira 25/26 fizeram os preços do café recuarem em outubro a níveis de setembro, segundo dados da Hedgepoint Global Markets. Outro fator que influenciou os preços também foi um possível adiamento da EUDR.
As informações constam no documento Cofee Market Call, formulado pelos especialistas da Hedgepoint Global Markets, que conhecem e operam diariamente nos mercados de commodities.
Outro ponto relevante é que a arbitragem entre NY-LN se ampliou nas últimas semanas, ultrapassando os 40 centavos e estabelecendo uma nova fronteira, segundo análises da Hedgepoint Global Markets.
Entretanto, os spreads entre os contratos diminuíram em relação aos níveis de agosto e setembro, especialmente em Londres. Isso também sugere que, mesmo que o arábica ainda possa ter algum suporte, os preços do robusta podem estar caminhando para um momento de baixa.
A recente recuperação dos contratos de arábica em Nova York levou o spread entre o arábica bica dura e o conilon a níveis positivos novamente, enquanto os preços das qualidades inferiores de arábica ainda estão mais baixos do que os do robusta.

Embora houveram liquidações em Londres e Nova York entre setembro e outubro, os fundos especulativos permanecem comprados, enquanto persistem as incertezas sobre a oferta global.
O clima adverso em 2023 e 2024 afetou a peneira e o rendimento do processamento, levando a uma safra menor, de 63 M em 24/25. O maior impacto foi sentido no conilon/robusta, levando a preços mais altos do que os do arábica e a uma mudança no consumo doméstico nos últimos meses.

“O clima seco e quente até setembro pode já ter afetado o potencial produtivo da próxima safra, principalmente nas regiões onde floradas ocorreram em agosto e setembro. No entanto, o volume de chuvas de outubro pode reduzir os danos”, pondera Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.
