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Pesquisa prova que frango brasileiro não recebe hormônio para crescimento

Projeto do CEUB mostra que o manejo, nutrição e os avanços científicos são os grandes responsáveis pelo crescimento dos frangos que chegam na mesa do consumidor

Redação RuralNews
Publicado em 28/12/2024 | 09:54:00 397 Views
Pesquisa científica conduzida por estudantes de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), provou de vez que o mito do hormônio na indústria avícola não é real e confirmou a qualidade do manejo dos frangos fornecidos para o mercado alimentícia brasileiro.

Como o 3º maior produtor e exportador de carne de frango do mundo, o Brasil lidera as exportações para mais de 150 países, mas hoje ainda persiste a crença de que os frangos de corte recebem hormônios para acelerar seu crescimento, o que levantaria dúvidas sobre a segurança e a qualidade deste alimento.

Essa fábula de hormônios aplicados aos frangos surgiu na década de 70, quando avanços científicos relacionados a hormônios para ganho de peso eram discutidos pela indústria mundial de avicultura. Apesar de os testes não terem sido realizados com frangos de corte, a ideia se espalhou e se consolidou na opinião popular.

Para os estudantes, isso teria levado o Ministério da Agricultura, em 2004, a criar instrução normativa proibindo oficialmente o uso de hormônios em aves. Eles combinaram levantamentos acadêmicos, visitas a aviculturas, frigoríficos e granjas como para diagnosticar a realidade do manejo dos animais.
Preços do frango resfriado CEPEA/BM&F/ESALQ - Estado de SP
Data
Valor (R$)
Var./Dia
Var./Mes
27-12-2024
8,30
0,00%
1,72%
26-12-2024
8,30
0,12%
1,72%
23-12-2024
8,29
0,36%
1,59%
20-12-2024
8,26
-0,36%
1,23%
19-12-2024
8,29
-0,12%
1,59%
18-12-2024
8,30
0,00%
1,72%
17-12-2024
8,30
0,00%
1,72%

Diferentemente da crença popular, o crescimento rápido dos frangos resulta de avanços científicos e boas práticas de manejo e produção. “Outro fator que confunde o público leigo é o uso de antibióticos, que são aplicados no controle de doenças aviárias e podem ser - erroneamente - associados ao crescimento das aves”, destaca Marianna Gadê, coautora da pesquisa.
Ainda existem pessoas que acreditam na lenda do hormônio na indústria avícola

Do ovo para a mesa em pouco tempo

A orientadora do projeto e professora de Medicina Veterinária do CEUB, Francislete Melo, descreve os avanços no melhoramento genético, nutrição equilibrada e manejo na indústria avícola. “A pesquisa aponta que a seleção genética prioriza aves com maior produtividade, saúde e qualidade de carne, enquanto a alimentação é formulada com nutrientes essenciais, como milho, soja, vitaminas e aminoácidos", salienta.
Pesquisa aponta que a seleção genética prioriza aves com maior produtividade, saúde e qualidade de carne, enquanto a alimentação é formulada com nutrientes essenciais, como milho, soja, vitaminas e aminoácidos

Ela afirma ainda que as condições de criação também são otimizadas por meio do controle rigoroso de fatores, como temperatura, espaço e sanidade, garantindo desenvolvimento eficiente e sustentável.
Evolução do tamanho dos frangos nada mais é o do que seleção genética, nutrição adequada e manejo na indústria avícola
Evolução do tamanho dos frangos nada mais é o do que seleção genética, nutrição adequada e manejo na indústria avícola

Francislete acrescenta que mesmo que o uso de hormônios em frangos fosse permitido por lei,seria uma prática tecnicamente inviável. “ A aplicação desses hormônios exigiria que fossem injetados individualmente em cada ave, o que, considerando a quantidade de frangos criados, tornaria o processo totalmente inviável”, destaca.

No combate à desinformação, o grupo de estudantes criou vídeo educativo para o Tik Tok, que busca conscientizar o público sobre o mito da aplicação de hormônios de crescimento nos frangos de corte, destacando a proibição da prática no Brasil.

“O vídeo foi elaborado de forma didática para alcançar maior número de pessoas, utilizando as redes sociais como meio de divulgação popular. A rápida evolução no desenvolvimento dos frangos é resultado de avanços em três pilares da avicultura: o melhoramento genético, a nutrição e manejo”, completam os autores.

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