O presidente da
Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, foi um dos convidados do painel de debate do XV Encontro Técnico Algodão – Fundação MT, realizado no dia 28 de agosto, em Cuiabá (MT), para discutir o cenário atual e o futuro da cotonicultura brasileira. Entre os convidados estavam Alexandre de Marco (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão-Ampa), Jefferson Souza (Agrinvest), Rodrigo Oliveira (SLC Agrícola). O debate foi mediado pela jornalista Kellen Severo.
“Estamos na iminência de colher uma grande safra de algodão. Este é um ano muito bom de produtividade e de qualidade do algodão brasileiro. Vamos atender não apenas o nosso mercado nacional, que são as indústrias têxteis, mas também teremos em torno de 2,4 milhões de toneladas de algodão para serem exportadas”, afirmou o presidente da Abrapa.
Mantendo, basicamente, a mesma área plantada da safra 2021/2022, de 1,6 milhão de hectares, o Brasil está perto de confirmar uma produção de mais de três milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma), na safra 2022/2023. O Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo e está próximo de se tornar o terceiro maior produtor da fibra natural.
Durante o debate, Schenkel apresentou números importantes acerca do cultivo da fibra natural no Brasil. Apesar de o cultivo do algodão ocupar apenas 0,2% do território nacional, a cotonicultura brasileira apresenta números significativos para o país, colocando o Brasil como o maior produtor e exportador global de algodão responsável. O algodão é o principal insumo da indústria têxtil brasileira, além de estar na base da cadeia têxtil, que é a segunda maior geradora de empregos na indústria de transformação no Brasil, alcançando a marca de 1,34 milhões de empregos formais.
“Apresentamos também os pilares de trabalho da Abrapa, nos temas Sustentabilidade, Rastreabilidade e Qualidade, e quais as principais ações estão sendo fortalecidas em cada um dos grupos”, disse.
Com relação ao futuro da cotonicultura, os participantes discutiram as pressões inflacionárias, juros altos, as guerras entre os países, os desastres naturais, o comportamento do consumidor, as legislações ‘verdes’, a concorrência com as fibras artificiais, principalmente com o poliéster, entre outros assuntos que impactam diretamente na produção e comercialização de algodão.
O Encontro Técnico tem como objetivo disseminar dados de pesquisa de diferentes instituições, apresentar o posicionamento da Fundação MT, promover diálogos sobre os gargalos da cotonicultura, debater sobre os aspectos relacionados a última safra e planejar a próxima. Um momento para adquirir conhecimento, atualizar-se, relacionar-se e projetar novos caminhos para a cotonicultura.
O evento terminou no dia 30. Ao todo, foram três dias na modalidade híbrida (presencial e online), conduzidos por pesquisadores e especialistas convidados da Fundação MT.