A redução está ligada à queda nas operações e apreensões.
A CropLife Brasil (CLB), associação que reúne empresas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a produção agrícola, divulgou o balanço das destinações de defensivos agrícolas ilegais em 2024. Os dados apontam uma queda de 25% no volume encaminhado para descarte em relação ao ano anterior — foram 289,42 toneladas incineradas, contra 390,71 toneladas em 2023.
De acordo com Nilto Mendes, gerente de combate a produtos ilegais da entidade, o recuo tem relação direta com a redução no número de operações e apreensões realizadas pelas autoridades públicas em 2024. “Uma fiscalização mais intensa tende a inibir práticas ilegais. Quando o número de operações cai, o impacto nas apreensões e nas destinações é imediato. Ainda há muito a ser feito, e o trabalho dos órgãos públicos é fundamental”, afirma.
Nos últimos quatro anos, cerca de 1.400 toneladas de defensivos ilegais foram destinadas à incineração pela indústria. O processo deve ser feito exclusivamente em usinas capacitadas, por conta da presença de resíduos químicos. A destinação adequada depende da atuação conjunta com órgãos como o Ministério da Agricultura, Anvisa, Ibama e forças de segurança como as polícias federal, rodoviária, civil e militar.
O diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, reforça os riscos do uso de insumos irregulares: “É uma ameaça à saúde de quem aplica, de quem consome e também à economia. O combate ao comércio ilegal precisa ser acompanhado de conscientização no campo.”
Mesmo com esse crescimento, Goiás ainda ficou atrás do Paraná, que destinou 101,35 toneladas, e de São Paulo, com 81,67 toneladas. No caso paranaense, boa parte do material foi fruto de contrabando interceptado na fronteira de Foz do Iguaçu.
Nilto Mendes destaca que Goiás tem posição estratégica nas rotas de circulação desses produtos. “É um estado de passagem para cargas ilegais que entram pelo Paraguai, via Paraná e Mato Grosso do Sul, e seguem para regiões como o Matopiba”, explica.