A semana (11 a 15 de abril) foi marcada por variações mistas e pouca oscilação nas cotações das commodities agrícolas, ainda com mercado absorvendo os dados do reporte mensal de oferta e demanda feito pelo USDA. Somado a isso, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas da China, o país asiático (o principal importador mundial de soja) tem diminuído sua importação, havendo um decréscimo de 18%, se comparado a março de 2021.
Ainda sobre importação, mas agora falando do Brasil, o país bateu recorde no mês de março, onde o volume importado de soja (105 mil toneladas) trazido principalmente do Paraguai, ficou acima de níveis dos últimos 10 anos, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O cenário de baixa comercialização e o feriado na sexta-feira (15/04) fizeram com que Chicago tivesse uma movimentação tímida de -0,47%, fechando a semana valendo 16,81 dólares por bushel, no contrato com vencimento em maio/2022. O movimento misto também foi refletido nos derivados de soja, no qual o farelo teve queda de 1,73% e, o óleo, alta de +5,10%.
O dólar também teve uma semana de pouca movimentação, fechando em baixa de 0,21%, cotado a R$4,70 na sexta-feira. A semana foi marcada por cautela com temores fiscais, depois
que o governo decidiu conceder reajuste de 5% a todos os servidores públicos federais a partir de julho. O aumento das despesas pode afetar, ainda mais, a credibilidade fiscal do Brasil. Com a queda do dólar e Chicago, o mercado brasileiro apresentou queda de preços em relação à semana anterior.
Para essa semana, o mercado continuará atento ao andamento inicial da safra 2022/23 americana, onde algumas áreas já vêm sofrendo com altas temperaturas. Os movimentos de compra chinesa no mercado internacional também formam outro fato importante, com atenção aos lockdowns na China, causado por um novo surto de Covid-19. Caso haja algum catalisador para alta, as cotações de soja terão potencial para buscar e romper, definitivamente, os US$ 17,00 por bushel.
O dólar poderá iniciar uma escala de movimento altista, tendo em vista cenários de aumentos de taxas de juros no exterior. Caso haja alta da moeda americana as cotações da soja brasileira poderão ficar mais atrativas.
MILHO
Na semana passada o mercado de milho continuou desaquecido, com negociações esporádicas. Compradores continuam cautelosos, realizando poucas compras e aguardando a entrada da safrinha de milho no mercado, que inicia no próximo mês em algumas regiões do Brasil. A expectativa é que consigam encontrar preços melhores na colheita.
O desenvolvimento da safrinha 2022 continua em condições satisfatórias, apesar de haver certa preocupação com chuvas irregulares nos próximos dias, principalmente na região central do país. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 117 mil toneladas no mês de março, cerca de 2,56% a mais que em março de 2021.
Os principais estados importadores são: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde houve quebra de safra significativa. Em contrapartida, os principais exportadores para o Brasil são: Paraguai,
representando 60% do volume e Argentina, com 40%.
Chicago (CBOT) finalizou a semana com alta de 2,99%, encerrando a 7,91 dólares por bushel. Já o dólar fechou a semana em queda de 0,21%, valendo R$4,70. No cenário de dólar em queda e Chicago em alta, as exportações não atraem o suficiente, fortalecendo o mercado interno.
Para essa semana, os preços do mercado físico de milho poderão iniciar um movimento de alta caso haja valorização do dólar e Chicago, fortalecendo o movimento de exportação.