A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária) de Cascavel registrou em janeiro de 2022 mais de dez casos de raiva bovina em Cascavel. Os focos da zoonose estão no distrito de São João do Oeste, Colônia Barreiro e Assentamento Valmir Mota de Oliveira. O melhor caminho para a prevenção é a vacinação do rebanho. “Quando o produtor notar qualquer alteração ou sintomas neurológicos nos animais, contate imediatamente a Adapar. Isso vale também quando descobrir algum abrigo de morcegos”, informou Luciana Riboldi, médica veterinária da Adapar. A situação é preocupante porque, em 2021, depois de dez anos sem registrar um único caso, Cascavel registrou 12.
A raiva em animais herbívoros é uma das preocupações constantes dos pecuaristas da região Oeste do Paraná. Com o Parque Nacional do Iguaçu como reservatório da doença, volte e meia casos acometem os rebanhos de bovinos, equinos e ovinos dos municípios ao entorno e também dos mais afastados. Transmitida principalmente pela espécie de morcego hematófago (se alimenta de sangue) Desmodus rotundus, a zoonose (que também passa para humanos) precisa ser dada atenção.
A raiva é causada por um vírus e pode ser adquirida por todos os mamíferos. O morcego geralmente ataca animais em locais abertos, devido à facilidade. Eles mordem a presa e sugam o sangue. Se o animal não está imunizado, ele é contaminado com o vírus, que possui um período de incubação bastante variável. “Nos morcegos, por exemplo, pode demorar até 250 dias até aparecer os primeiros sinais. Nos bovinos, pode variar de 30 a 90 dias. Nos homens, de 20 a 60. Após a manifestação dos sintomas, aí não há mais o que fazer”, explicou a médica.
Os sinais compatíveis com suspeita de raiva nos herbívoros são o isolamento, perda de apetite, salivação abundante, perda de equilíbrio e consequentes quedas, opistótono (estiramento do pescoço), entre outras. “É importante destacar que a raiva nos herbívoros é a paralítica e não a raiva furiosa, como nos cães. Quando um médico veterinário identifica animais com sintomatologia de doenças nervosas, ele precisa informar obrigatoriamente a Adapar. Nós fazemos a coleta e enviamos ao laboratório o material para confirmar”, disse.
A prevenção em humanos é a vacinação e, após a mordida e durante o período de incubação, é possível tratar com soro. Os médicos veterinários e produtores que podem ter contato com os animais, precisam sempre estar também imunizados. Os animais contaminados após o óbito devem ser enterrados em covas fundas, minimizando assim os riscos de transmissão.
A imunização através do uso de vacina é a forma de previnir os rebanhos contra esta enfermidade. Em 2021, diversos casos foram registrados no município.
“Destacamos a importância do custo da vacina em relação ao custo dos animais e o custo benefício no investimento na prevenção da raiva. Também é importante informar que a vacina antirrábica é elaborada com diluente aquoso e, portanto não provoca abcessos nem febre nos animais desde que administrada sob condições adequadas de higiene”, declarou Luciana Riboldi, médica veterinária da Adapar. O número de casos pode aumentar para 6, já que foram feitas novas coletas na tarde de quarta-feira (5).
Os morcegos
Quando o produtor rural desconfiar de algum abrigo de morcegos e notar ataques aos animais, é preciso chamar a Adapar. Eles são facilmente identificados pelas fezes. Os demais morcegos possuem as fezes semelhantes às dos ratos.
Após comunicação de possível abrigo de morcegos, os servidores da Adapar vão até o local, fazem a captura dos animais e, em alguns casos, fazem o controle da população com pasta vampiricida.
Contate a Adapar para dúvidas ou notificação de animais suspeitos:
Telefones: (45) 2101-4955, 2101-4961, 2101-4968
e-mail: adaparcsc@adapar.pr.gov.br