Com protagonismo dos produtores, setor cresce, reduz emissões e fortalece a economia circular no campo
Mato Grosso tem se destacado como protagonista na produção de etanol de milho, consolidando-se como referência nacional em energia limpa e sustentável. Com o apoio dos produtores rurais e da indústria, o estado é hoje o segundo maior produtor de etanol do Brasil, com 6,70 bilhões de litros na safra 2024/25 — um aumento de 17% em relação ao ciclo anterior. Do total, 5,62 bilhões de litros são exclusivamente de etanol de milho, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Esse avanço representa mais do que números: é resultado de uma cadeia produtiva que alia eficiência, inovação e compromisso ambiental. A produção do biocombustível ajuda a reduzir as emissões de carbono, diversifica a matriz energética e impulsiona a segurança energética nacional. Para a Aprosoja MT, o setor é peça-chave na construção de uma agricultura mais sustentável e lucrativa.
“O etanol de milho é uma alternativa viável em todos os sentidos. Gera renda, empregos e ainda contribui para a descarbonização do planeta”, afirma Luiz Pedro Bier, vice-presidente da entidade.
Outro destaque está no aproveitamento dos resíduos do processo produtivo, como DDG e DDGS, amplamente usados na nutrição animal. Em cinco anos, a produção desses insumos cresceu 142%, fortalecendo a economia circular no campo.
Produtores como Amauri Segatto, de Primavera do Leste, reconhecem os novos caminhos que se abriram para o milho. “Ampliar a área de cultivo e saber que esse milho vira combustível sustentável é gratificante. Valoriza nosso trabalho e melhora o mercado”, destaca.
Segundo João Marcos Rosa Bustamante, da Aprosoja Sinop, o milho deixou de ser apenas uma opção de segunda safra e passou a ser altamente competitivo. “Hoje é uma cultura estratégica, inclusive frente à soja”, afirma.
O setor também tem gerado empregos e movimentado a economia local. De acordo com o Anuário da Indústria de Mato Grosso 2025, a indústria do estado cresceu mais de 39% na última década, alavancada pelo etanol de milho. Atualmente, são 11 usinas em operação e outras 13 em construção, conforme a União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
Para Jean Benetti, produtor de Paranatinga, o reconhecimento do papel do agricultor é fundamental. “Hoje transformamos nossa produção aqui mesmo, com responsabilidade ambiental. Precisamos mostrar que o agro brasileiro, especialmente o mato-grossense, é eficiente e sustentável.”
Com projeção de 10 bilhões de litros na próxima safra, o etanol de milho segue como uma aposta estratégica para o futuro — e Mato Grosso, com o apoio da Aprosoja MT, segue à frente na construção de uma agroenergia mais limpa e responsável.