Como tecnologias inovadoras no setor de alimentos podem transformar a forma como o Brasil é visto mundo afora? As tecnologias disruptivas trazem um novo olhar sobre como a produção de alimentos pode acontecer de forma mais sustentável, viabilizando o alto valor agregado em alimentos considerados comuns no consumo diário. Neste contexto, a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) propõe o pensamento sobre como as tecnologias inovadoras viabilizam o surgimento de novos alimentos e novos ingredientes.
Há o setor de alimentos convencionais: agricultura, agropecuária, pesca, gerando os alimentos que consumimos normalmente, e há também as inovações tecnológicas empregadas para produzir esses alimentos de forma alternativa, como as biofábricas. Ou seja, não é preciso ir ao campo para produzir. E o que isso pode trazer de benefício para o país?
Além de aumentar a oferta de produtos alimentícios para um público específico, como, por exemplo, os hambúrgueres feitos a partir de vegetais, com sabor, textura e consistência de carne, há a geração de novos empregos, a valorização da biodiversidade e em breve, um menor custo para produtos mais saudáveis, já que a tecnologia será aplicada dentro do Brasil e não haverá a necessidade de importar produtos de outros países. "O Brasil é o maior produtor de proteína animal do mundo e para manter essa posição é necessário se adequar a novas tecnologias. É necessário mudar a ideia de como o Brasil é visto no mundo. Com o país inserido neste novo contexto, em tempo real, passaremos de celeiro para supermercado mundial," comenta Thiago Falda, Presidente Executivo da ABBI.
Outra aplicação acontece, por exemplo, na produção de proteína cultivada em biorreatores, sendo possível produzir a mesma carne obtida por meio da tradicional, oferecendo alternativas ao consumidor que deseja reduzir o consumo de produtos de origem animal, sem, contudo, alterar seus hábitos alimentares. Há também, a questão das carnes de espécies exóticas que podem ser produzidas por meio de uma produção sustentável.
Além dos novos alimentos, é importante mencionar também os novos ingredientes: alimentos produzidos por rotas fermentativas e que podem trazer diferenciais importantes para o consumidor como menor teor de açúcar, mais fibras, menos lactose, entre outros, e que seguem a tendência global de clean label, além de agregar alto valor em produtos considerados comuns e sem grande valor de mercado, como no caso das comodities.