O tema foi tratado em uma reunião com o presidente da COP-26, Alok Sharma, e o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes.
O vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da entidade, Muni Lourenço, destacou que o agro brasileiro tem clareza do seu papel para garantir a segurança alimentar mundial e contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Segundo ele, o produtor rural brasileiro tem feito um “esforço grandioso” para colaborar com a sustentabilidade ambiental e o enfrentamento das mudanças climáticas baseado em dois referenciais: o cumprimento do Código Florestal e o Plano Nacional de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono - 2030 (ABC+).
Muni lembrou que as boas práticas agropecuárias, como a Integração lavoura-pecuária-floresta, têm sido amplamente adotadas no Brasil – que já tem 11,5 milhões de hectares com essa tecnologia – e que 33% da cobertura vegetal preservada no País está dentro de imóveis privados, reservas legais e florestas privadas.
“Queremos reforçar o firme compromisso do produtor rural brasileiro na sua parcela de responsabilidade no que diz respeito ao cumprimento da meta compactuada de redução de 1,1 bilhão de toneladas de CO² equivalente até 2030 e também a neutralidade climática até 2050”, afirmou.
Na opinião do vice-presidente da CNA, o reconhecimento e as ferramentas de cooperação com o Reino Unido são fundamentais para a ampliação das ações que já vêm sendo realizadas pelos produtores brasileiros.
Alok Sharma disse que o Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo e que desenvolve um trabalho inovador na sustentabilidade ambiental. Conforme o presidente da COP-26, o Reino Unido está disposto a firmar um acordo de cooperação para ajudar o Brasil a alcançar os compromissos assumidos em pontos como emissão zero até 2050, combate ao desmatamento ilegal e compromisso global do metano.
“Vejo uma perspectiva muito interessante para continuarmos o trabalho de colaboração com o Governo e o setor privado brasileiros. As ações estão indo na direção da emissão zero e isso é o mais importante. Também vislumbramos uma oportunidade econômica e um cenário onde todos ganham”, disse.
Marcos Montes reforçou o empenho do Mapa no processo de descarbonização das cadeias produtivas. Para o secretário-executivo do Mapa, a agricultura brasileira é moderna e vem desenvolvendo projetos baseados em ciência e tecnologia rumo à neutralidade climática.
O encontro também contou com a participação do secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo; do presidente da Embrapa, Celso Moretti; do diretor do Departamento de Ciências da Natureza do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Márcio Rojas; da encarregada de Negócio da Embaixada do Reino Unido no Brasil, Melanie Hopkins; e do coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias.