Programa Cerrado em Pé protege mais de 15 mil hectares em Goiás e remunera produtores em até R$ 664 por hectare
Goiás se destaca nacionalmente por combinar preservação ambiental e crescimento do agronegócio. Assim, o estado implementou o Cerrado em Pé, Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que protege mais de 15 mil hectares de cerrado e remunera produtores rurais que conservam o bioma.
O governo estadual paga R$ 498 por hectare anualmente aos produtores que mantêm áreas preservadas além das exigências legais. Além disso, quem recuperar ao menos uma nascente degradada recebe R$ 664 por hectare. Os recursos vêm do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema).
O governador Ronaldo Caiado afirma que a iniciativa mostra como é possível produzir alimentos enquanto se protege o meio ambiente. “É uma ação estruturante que comprova o avanço do estado na agenda sustentável, com a colaboração de produtores rurais”, destacou.
Podem participar proprietários com imóveis de dois a 100 hectares passíveis de supressão vegetal. O primeiro edital, lançado em dezembro de 2024 pela Semad, priorizou pequenos agricultores, mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Até o momento, duas convocações do ciclo anual, em maio e agosto, resultaram em 471 inscrições deferidas de um total de 571. Além disso, os imóveis contemplados estão localizados em nove municípios das regiões Norte e Nordeste: Niquelândia, Minaçu, São João d’Aliança, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Alvorada do Norte, Damianópolis, Mambaí e São Domingos. O desembolso já totaliza R$ 4 milhões.
Os produtores devem conservar a vegetação, participar do monitoramento, prevenir incêndios e manter a vegetação nativa nas Reservas Legais (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP), conforme a legislação estadual e federal.
Além disso, Goiás foi o estado que mais reduziu o desmatamento em 2024, segundo dados da rede Mapbiomas e do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD 2024). A supressão de vegetação nativa caiu 71,9%, passando de 3.519 alertas em 2023 para 659 em 2024, enquanto a área alcançada reduziu de 69,3 mil hectares para 19,4 mil hectares.
No Cerrado, o desmatamento caiu de 1,1 milhão para 652 mil hectares, uma redução de 41,2%. Nos outros biomas, a queda foi de 377.708 hectares na Amazônia, 174.511 na Caatinga, 23.295 no Pantanal e 896 no Pampa. Entretanto, a Mata Atlântica apresentou leve aumento, de 13.212 para 13.472 hectares.