Bolsonaro decide não ir a julgamento e defesa explica

Bolsonaro decide não ir a julgamento no STF sobre plano de golpe. O ex-presidente optou por acompanhar as sessões em prisão domiciliar. A informação foi confirmada à CNN pelos advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno.

Os advogados afirmam que Bolsonaro gostaria de estar presente, mas as condições de saúde pesaram na decisão. O processo pode resultar em condenação superior a 40 anos.

A decisão gerou reações distintas entre pessoas próximas. Por um lado, médicos, advogados e familiares recomendaram que ele permanecesse em casa, assistindo pela televisão. Por outro lado, aliados políticos defenderam sua ida ao tribunal como gesto de afirmação pública.

Apesar do quadro de saúde, aliados relatam que Bolsonaro mantém serenidade. Ele enfrenta, no entanto, uma forte crise de soluço. Nesta segunda-feira (1º), recebeu a senadora Damares Alves, que fez uma oração ao lado de Michelle Bolsonaro.

Réus optam por acompanhar julgamento à distância

Bolsonaro decide não ir a julgamento no Supremo por motivos de saúde. Foto: Antonio Augusto / STF

Enquanto isso, a maioria dos réus planeja acompanhar as sessões de forma remota. O julgamento da Primeira Turma do Supremo começa nesta terça-feira (2), às 9h, sem exigência de presença obrigatória.

Entre os acusados, apenas o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, confirmou presença no tribunal, de acordo com sua defesa. Já o general Walter Braga Netto, preso desde dezembro de 2024, seguirá por videoconferência, já que é acusado de ter atuado como um dos líderes da trama golpista.

Além deles, quatro réus confirmaram que não irão ao Supremo. São eles: o general Augusto Heleno, o ex-ministro Anderson Torres, o almirante Almir Garnier e o tenente-coronel Mauro Cid. Por sua vez, o deputado Alexandre Ramagem ainda não decidiu se acompanhará presencialmente ou a distância.

Ao todo, oito acusados respondem a crimes graves, como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado, ameaça contra o patrimônio público e deterioração de bem tombado.

O julgamento deve se estender até 12 de setembro. Para isso, o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, reservou cinco dias de sessões. Em dois deles, os trabalhos ocorrerão apenas pela manhã. Já nos outros três, haverá encontros também no período da tarde.