O Rio Grande do Sul abriu oficialmente a colheita da safra 2023/2024 de uva nesta quinta-feira, dia 18, sob a incerteza com relação à qualidade e à quantidade da produção. A preocupação segue com a imprevisibilidade climática, especialmente na Serra Gaúcha, que responde por 52% da produção nacional da fruta. A solenidade ocorreu na Vinícola Cainelli, no Distrito de Tuiuty, em Bento Gonçalves, e contou com a presença do secretário da Agricultura do Estado, Giovani Feltes.
O temor está na ocorrência de granizo - mesmo que pontual, durante as intensas tempestades trazidas pelo fenômeno El Niño. Com a maior parte da produção vinífera em maturação, os danos podem comprometer ainda mais a safra, bastante castigada pelas doenças fúngicas, especialmente o míldio. A alta incidência do patógeno deve-se à combinação de altas temperaturas com alta umidade, acumulada nas videiras e no solo durante o inverno e a primavera.
Segundo o presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis/RS), Luciano Rebelatto, a estimativa é de uma diminuição de, no mínimo, 30% sobre os 600 milhões de quilos de uva colhidos em 2023. Os maiores produtores de uvas de mesa do RS são Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha, e da indústria Flores da Cunha, Bento Gonçalves e Farroupilha.
Na Fronteira Oeste, a colheita das variedades precoces destinadas à produção de espumantes começou em Quaraí. Já em Santana do Livramento, foi iniciada a colheita das variedades de uvas de mesa. Segundo informativo conjuntural da Emanter/RS-Ascar, nas áreas de produção de uvas viníferas, observa-se o aumento de míldio nos cachos, afetando também as variedades americanas.