Produção de trigo deve crescer em 2025/26, mas abundância global pressiona preços internacionais
O mercado global de trigo inicia o ciclo 2025/26 sob forte influência da abundância de oferta, segundo análises da Hedgepoint. Embora a produção de diversos países avance, os estoques não crescem na mesma proporção, mantendo pressão baixista sobre os preços.
A produção dos EUA será ligeiramente menor que a safra anterior devido à área plantada reduzida, mas a produtividade segue favorável. As exportações podem aumentar levemente, enquanto os estoques permanecem elevados. No mercado de Chicago, a ampla disponibilidade global e a forte concorrência internacional continuam pressionando os contratos.
A safra europeia deve chegar a 138 milhões de toneladas, acima das 122 milhões do ciclo passado. As importações caem de 11 para 6 milhões de toneladas, enquanto as exportações crescem. O ganho de competitividade da UE também pressiona as exportações ucranianas, que enfrentam restrições logísticas e impostos reinstaurados.
A produção argentina está estimada em torno de 20 milhões de toneladas, com crescimento das exportações. No Brasil, a área plantada segue limitada por margens pouco atrativas, especialmente no Sul, aumentando a dependência do trigo argentino.
A produção ucraniana deve ficar entre 20 e 23 milhões de toneladas, bem abaixo do nível pré-guerra de 33 milhões. Restrições logísticas e impostos na UE limitam o acesso ao mercado europeu, e as exportações do país devem cair ainda mais.
A produção russa está em expansão e as exportações se beneficiam da quase total retirada de impostos. Apesar de problemas climáticos pontuais, as colheitas apresentam produtividade acima da média, consolidando a Rússia como maior exportador mundial.